Santa Cecília, a padroeira dos músicos

Histórico e multicultural, o bairro cresceu e conquistou moradores

 Meio-dia. Os sinos da Paróquia Santa Cecília, localizada no Largo Santa Cecília, anunciam a missa e o início da tarde. Ao lado da igreja, idosos se divertem jogando dama na pequena mesa de cimento em frente à floricultura. Alguns aproveitam para se atualizar, observando as notícias em frente à banca de jornal. Ao lado de fora da estação, em frente à igreja, a estátua em bronze de Dom Duarte Leopoldo e Silva, 1º Arcebispo de São Paulo.

 A história do bairro de Sta Cecília começou em 1860, quando moradores da região pediram licença à prefeitura para construir um “templo a Sta Cecília”, padroeira dos músicos, inaugurado em março de 1961.

A localidade, que ainda não era bairro, desenvolveu-se com o loteamento de terras (chácaras, fazendas etc.) que começou a crescer na região do Largo do Arouche.

Uma das terras ficou conhecida como “Chácara das Palmeiras” e foi arrematada por Francisco Aguiar de Barro, filho do marquês de Itu, casado com Maria Angélica de Sousa Queirós de Barros (que hoje dá nome a uma das avenidas mais importantes do bairro, a Avenida Angélica). A fundação dessa chácara contribuiu para a formação de ruas na região.

 A cidade foi crescendo e se desenvolvendo. A construção da Santa Casa de Misericórdia foi um marco na região. Hoje ela é um dos mais importantes hospitais de São Paulo, além de funcionar como faculdade de medicina. Em 1884, o Hospital Central na Santa Cecília foi inaugurado e desde essa data, é a sede da entidade.

Santa Cecília é um bairro que reúne uma grande comunidade de judeus. A estudante Michelle Heymann, 22 anos, mora no bairro desde que nasceu. Seu pai é do Rio de Janeiro, mas, quando pequeno, mudou-se para o Bom Retiro, junto com a sua família, em busca de melhor qualidade de vida e, anos depois, para a Santa Cecília, onde já vivia a sua atual esposa.

 Para Michelle, que é judia, o benefício de morar no bairro é estar perto das sinagogas e restaurantes com comida típica judaica. “Aqui podemos viver um pouco da nossa cultura e de nossos costumes”, explica.

Sta Cecília, apesar de ser um bairro mais residencial, tem um centro comercial bem variado, especialmente com bares e restaurantes.

O bairro é um dos oito distritos da região da Sé e abrange também Campos Elíseos e Várzea da Barra Funda (formado entre as vias férreas da CPTM e as avenidas Abraão Ribeiro e Rudge).

O Terminal Urbano Amaral Gurgel é o ponto de chegada e de partida de dezenas de paulistanos. Localizado abaixo do Elevado Costa e Silva ele também é ligado ao metrô Santa Cecília. Importantes vias, que mobilizam milhões de veículos por dia, fazem parte de Santa Cecília, como a Avenida Angélica, rua Dona Veridiana e o Viaduto Presidente Costa e Silva (Minhocão).