Ópera 'Orfeu e Eurídice' é encenada na futura Praça das Artes

A partir de 27 de outubro, as futuras instalações da Praça das Artes recebem a ópera 'Orfeu e Eurídice', com direção cênica de Antônio Araújo e regência do maestro Nicolau Figueiredo

 As futuras instalações do complexo Praças das Artes recebem, a partir de 27 de outubro, a encenação da ópera Orfeu e Eurídice, de Christoph W. Gluck (1714- 1787), com direção cênica de Antônio Araújo, fundador e encenador do Teatro da Vertigem, grupo conhecido por criar obras teatrais para espaços não-convencionais.

Segundo Antônio Araújo, o convite foi muito bem-vindo, pois pôde retomar um projeto que havia iniciado e interrompido em 1998. Agora, ao concebê-lo e concretizá-lo, conclui seu segundo trabalho de tradição operística.

O primeiro, Dido e Enéas de Henry Purcell, em 2008, foi também dedicado a inaugurar um dos espaços ligados ao Theatro Municipal de São Paulo, os galpões de sua Central Técnica de Produção, na região do Canindé, quando o maestro Jamil Maluf ocupava a direção artística da casa, hoje nas mãos de Abel Rocha.

Para a montagem de Orfeu e Eurídice, juntou-se ao diretor e ao maestro brasileiro que vive há 30 anos na Europa, o coreógrafo Alejandro Ahmed (fundador do grupo de dança Cena 11), formando a primeira parceria do encenador paulista com o coreógrafo catarinense. Nesta peça, Gluck ficou reconhecido por reestruturar a encenação da ópera com uma visionária união de música, poesia e dança.

O espetáculo acontecerá na futura sala de ensaio da Orquestra Sinfônica Municipal, no edifício ainda inacabado do complexo que será ocupado pelos corpos estáveis do Theatro Municipal de São Paulo, reafirmando a singular poética do encenador que se revela em espaços não convencionais. Assim como o mito de Orfeu reverencia o poder da música, a encenação de Antônio Araújo o destaca, ao deslocar a orquestra para o centro do palco, montado entre duas plateias. “Pretendo, a partir da materialidade real da orquestra, construir uma ponte com o ficcional, estabelecer a relação entre os dois mundos em que vivem Orfeo e Eurídice”, afirma Araújo. Enquanto os arranjos musicais acompanham na íntegra a versão de Viena, o diretor sugere um desfecho diferente daquele proposto pelo libreto, retomando a narrativa original do mito de Orfeu. Além disso, nesta encenação, “Orfeu não desce aos infernos, ele sobe aos infernos, à cidade”, diz Araújo.

O regente e diretor musical da ópera, Maestro Nicolau de Figueiredo –que volta à cidade, depois de ter apresentado em 2011 a Paixão Segundo São João, de Johann Sebastian Bach, na Igreja da Consolação– ressalta que esta ópera traz de volta a música como foco central do gênero.

 

Serviço: Orfeu e Eurídice, ópera de Christoph W. Gluck. Praça das Artes. Avenida São João, 281 (320 lugares). Dia 27, 29, 31/10, 1 e 3/11, às 20h. R$ 50. Ingressos pelo site www.ingressorapido.com.br/prefeitura