Dando continuidade ao projeto iniciado em 2012, o Choro das Estações tem como proposta divulgar amúsica instrumental brasileira tradicional e contemporânea, por meio de apresentações semanais de roda de choro em praça pública, com os músicos Samuel Silva (violão 7 cordas), Deni Domenico (cavaquinho), Ariel Coelho (percussão) e Tiganá Macedo (percussão) e um solista convidado a cada semana.
Entre os dias 07 de agosto a 13 de novembro de 2013, serão realizadas apresentações, às quartas-feiras, das 17h às 19h. A praça está situada na esquina das ruas São Gonçalo do Rio das Pedras e Conceição do Almeida, no bairro de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, local de bastante movimento devido à proximidade com a estação de trem Jardim Helena/Vila Mara.

 

Sobre o projeto

Os idealizadores do projeto são a produtora cultural Iraê Garcia, além do próprio violonista do Choro das Estações, Samuel Silva, 26, que também toca em grandes casas de São Paulo. Ele e os outros músicos reuniam-se todas as quartas-feiras em sua casa para tocarem choro, até que surgiu a ideia.

O projeto visa dar ocupação ao espaço público ocioso existente em São Miguel Paulista, para divulgar, junto à comunidade local, a música instrumental brasileira tradicional e contemporânea, desenvolvida por músicos do bairro e músicos convidados. A motivação maior para realizar esse projeto é a oportunidade de os músicos residentes no bairro poderem levar à sua comunidade o trabalho musical desenvolvido e apresentado em outros polos culturais.

No ano de 2012, o projeto, até então denominado “Choro na Praça”, foi contemplado com o prêmio do programa VAI - Valorização de Iniciativas Culturais, que oferece subsídios a jovens para a realização de atividades culturais em seus bairros, e possibilitou a realização de 10 apresentações. Foram muitos os desafios e muitas vitórias também.

A escolha de São Miguel Paulista como local para o desenvolvimento do projeto deve-se ao fato de ser considerado um bairro dormitório, já que grande parte de seus habitantes se desloca diariamente da zona leste para trabalhar em outras regiões da cidade de São Paulo, o que resulta em jornada exaustiva, além do tempo gasto em locomoção. Em função dessa situação, o lazer da maioria das pessoas fica restrito à programação televisiva, que pouco oferece em termos de música instrumental.

Choro das Estações é uma forma de intervenção no espaço urbano pela qual se busca encontro com o outro. Na concepção desse trabalho, parte-se do conceito elaborado pela autora Lilian Amaral para quem a praça é “um lugar simbólico, político, cultural, essencialmente voltado para o encontro. A praça como espaço não é apenas forma ou paisagem, cenário ou palco para as ações humanas. A praça é um conjunto indissociável entre um sistema de objetos, de ações, de invenções de pessoas e suas inter-relações”.

 

Novidades

Para o ano de 2013, foram propostas algumas alterações com base na experiência do ano anterior. A primeira delas diz respeito à frequência, pois a constância das atividades facilita a divulgação e a formação de um público fiel. Por esse motivo, a intenção é fazer, ao longo do segundo semestre, 15 apresentações contínuas, o que estabelece uma relação de confiança com o público.

Outra mudança refere-se à formação musical do grupo e, para 2013, a organização do projeto pretende levar um regional de choro tradicional fixo (violão 7 cordas, cavaquinho e duas percussões) e, a cada semana, contar com a participação de um solista convidado. Essa dinâmica permite ao público conhecer diversos instrumentos, seus timbres e características peculiares e a relação desses instrumentos de solo com os de base. A ideia é ampliar o horizonte sonoro ao estabelecer um diálogo entre o trabalho desenvolvido pelo grupo com outros músicos que, mesmo praticando o mesmo gênero musical, destacam-se por sua habilidade e características pessoais na execução de peças escritas originalmente para seus instrumentos, como sax, trombone e bandolim.

Os solistas convidados serão instrumentistas moradores do bairro ou outros que acompanharam o Choro das Estações em 2012, além de músicos que desenvolvem outros trabalhos junto aos integrantes do Choro das Estações, promovendo dessa forma um intercâmbio entre músicos do bairro e músicos de outras regiões da cidade.