Antonio Donizetti Risso, uma praça de todos

 Quando Antonio Donizetti Risso, conhecido como Miguel, dono de bicicletaria se mudou para a região do Iguatemi, na zona leste de São Paulo, não imaginava que um dia viria a batizar uma praça com seu nome.

Mas, antes do ambiente se tornar uma praça, o lugar de lazer da comunidade, era um terreno baldio que sofreu com invasões na década de 80, que graças ao apoio dos moradores, não vingaram, pois assim que perceberam o que estava acontecendo entraram em contato com a Prefeitura e com a Polícia e impediram a ocupação.

Para evitar novas invasões, a administração local na época plantou árvores em volta do terreno e pediu aos moradores que escolhessem padrinhos para tomar conta delas. A comunidade tomou gosto e com o tempo começou a fazer outros trabalhos de manutenção da área, além da construção de um campo de futebol e pista de skate.

Um dia, quando Seu Gil, morador a 38 anos do bairro Iguatemi, estava saindo de casa, por volta do final dos anos 80, porventura viu um caminhão da Prefeitura desfazendo o campo de futebol. Ao tentar impedir o trabalho da equipe recebeu a noticia de que lá seria construída uma praça.

Assim que o largo ficou pronto, os moradores se uniram para realizar trabalhos de manutenção. Começaram a plantar mudas de arvores, que mais tarde fariam da praça um pequeno pomar com abacate, manga, laranja, banana, jaca, embu, limão entre outras frutas para população. Além de cuidados com a vegetação, um voluntário, Nelson Santos, que reside em frente à praça, construiu brinquedos para as crianças, como escorregador, balanços e gangorras.

Com o fim do Programa Zeladores de Praça, da Prefeitura de São Paulo, restou aos moradores voluntários - Nelson Santos, Ivone, Cristiane, Gil, Nelson Santana, Mara Dourado, Élson, a família De Paula: Tatiane, Cristiane e Mônica, entre outros - executarem a limpeza por conta própria, se intitulando como os parceiros da praça.

Um mutirão executado pela prefeitura trouxe novos aliados para os parceiros da praça. O Colégio Souza Gouveia, como iniciativa privada, está finalizando o termo de cooperação para adoção da praça que só vem trazer benefícios. Os moradores acreditam que pela escola ser próxima e ter muitos funcionários, o apelo social será maior, diferente de uma empresa de grande porte, que trataria do acordo com mais frieza.

O foco no momento é trazer melhorias à praça, como iluminação de natal no final do ano, WiFi, academia e câmeras de segurança. Os moradores vão continuar com os serviços de zeladoria, e fazer reuniões periódicas com o parceiro Souza Gouveia dentro da escola. E já informaram que os estudantes da escola juntos a outras crianças do bairro terão papel fundamental nos serviços de zeladoria, desenvolvendo trabalho de cidadania e programando ações culturais no local.

Devido a esse trabalho que a comunidade realiza na praça, ela foi escolhida para receber a 18ª edição do programa Calçada Nova – Mutirão Mário Covas, no dia 07 de maio de 2017, em que o objetivo do programa é reformar as calçadas e ampliar a acessibilidade, trazendo mais conforto aos pedestres.