Capital Paulista terá mais 400 Km de ciclovias construídas até o ano de 2016

Atualmente, a cidade conta com 63 Km de vias segregadas exclusivamente para o deslocamento de ciclistas. Com isso, novos 400 km se somarão ainda aos 150 km de ciclovias previstas para serem implantadas juntamente com os futuros corredores de ônibus que deveram ser construídos

Morador da Chácara Santana, Marcos usa a bicicleta diariamente como meio de transporte para trabalhar. Foto: Márcia Brasil

A cidade de São Paulo ganhará mais 400 Km de ciclovias até o fim de 2016. Isso de acordo com o anúncio feito pelo secretário municipal de Transportes na última quarta-feira, dia 4 de junho, durante a 7ª reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT). Atualmente, a cidade conta com 63 Km de vias segregadas exclusivamente para o deslocamento de ciclistas.

Nesta questão, a aposta torna-se viável principalmente para quem utiliza a bicicleta como transporte. No M’Boi Mirim, o número de ciclistas, que utiliza as principais vias de acesso da região para passear, estudar ou trabalhar, correndo riscos, disputando com carros, ônibus e caminhões, é maior na cidade na proporção de habitantes de quase dois milhões de pessoas, se considerar bairros como Campo Limpo, Capão Redondo, ou cidades vizinhas como Taboão da Serra e Embu-Guaçu, somando aos moradores do Jardim Ângela e Jardim São Luis.

Histórias como a do ciclista Marcos (foto) é um relato de centenas de usuários da bicicleta. “Saio de casa antes de clarear. Uso a estrada do M’Boi Mirim e depois a av. Guarapiranga, todos os dias para trabalhar em Moema”, explica. Ele diz que na família, três trabalham como 'corrieri' - entregador de pizza, pão, entre outros serviços. “Nós temos amigos e vizinhos que se interessaram pela nossa atividade, evitamos usar carro e transporte público, tudo é feito com bicicleta. Devido o trânsito caótico destas avenidas, ninguém aguenta”, justifica.

No início da atual gestão, a Prefeitura previu a criação de uma rede de mais 400 Km de vias cicláveis (sendo ciclofaixas, ciclorrotas e ciclovias) que deverão estar prontas em quatro anos. O mesmo anunciou que essas vias serão caracterizadas pela segregação física da pista destinada ao uso de bicicletas, com sinalização vertical e horizontal específicas, contando também com placas e pintura de solo.

Durante seu discurso, ele acrescentou ainda que a extensão pretendida dos outros 400 Km se somará aos 150 km de ciclovias previstas para serem implantadas junto aos futuros corredores de ônibus.

E mais, esses novos percursos deverão ser espalhados pela cidade conectados com outros modais de transporte, como terminais de ônibus, equipamentos públicos, escolas, praças, parques e locais de trabalho. Nos projetos concebidos pela área de planejamento cicloviário da CET, o custo por quilômetro está estimado em R$ 200 mil. No total, o investimento será da ordem de R$ 80 milhões.

Principais Diretrizes para a implatação das ciclovias de “padrão CET”

Para planejar a futura rede de mais 400 Km de ciclovias, as diretrizes a nortear os técnicos da CET foram revistas e, em suma, determinam que as futuras ciclovias devem ter o seguinte padrão:

• Ligações perimetrais e radiais: com constituição de rede estrutural cicloviária
• Conectividade dos trajetos
• Linearidade: menor distância possível na viagem
• Funcionalidade: importância das ligações que proporciona (escolas, praças, etc.)
• Integração modal com transporte de média e alta capacidade
• Uso da estrutura como meio de transporte
• Preferência por ruas secundárias
• Não se eliminar a faixa de rolamento
• Implantar preferencialmente no lado esquerdo
• Ser preferencialmente bidirecional

Assim, como a ciclovia será sinalizada na via pública (ou seja, não em calçadas), será necessário remover vagas de estacionamento (inclusive as de Zona Azul) nas vias contempladas por este plano. A readequação na política de estacionamento se faz indispensável para otimizar ainda mais a capacidade viária. Nesse processo, há a estimativa de supressão de 30 a 40 mil vagas de estacionamento em toda a cidade para dar lugar às novas ciclovias.

A princípio, a implantação das ciclovias será no lado esquerdo por questão de segurança dos ciclistas. A prioridade continua sendo o pedestre, seguido pelo transporte coletivo e, agora, o estímulo será mais intensivo ao uso da bicicleta como meio de transporte.

Um pouco mais sobre o novo Projeto-piloto

Vale lembrar que as primeiras vias a receberem um trecho de ciclovia no novo padrão CET estão localizadas na região central de São Paulo, sendo uma delas no Largo do Paissandú. Desse modo, a Rua Antônio de Godói, a Av. Cásper Líbero e a Rua Mauá vão juntas compor o trajeto de 1,6 Km de ciclovia, ligando o Paissandu à Sala São Paulo. Esses 1,6 Km serão sinalizados nesta semana e deverão ser abertas novamente no sábado, dia 7 de junho.

Acesse o link e veja a apresentação do novo plano cicloviário: http://www.cetsp.com.br/media/316505/bicicletasp400km.pdf

Para quem não sabe, a 7ª. reunião do CMTT ocorreu no auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. E além de debater a rede cicloviária, o encontro empossou 15 novos Conselheiros e seus suplentes eleitos como representantes da sociedade civil.

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