Prefeitura entrega 320 apartamentos e encerra espera de 15 anos

A Prefeitura de São Paulo realizou neste domingo (28) o sonho da casa própria de mais 320 famílias, com a entrega das primeiras unidades habitacionais do Parque Europa I, na rua Virgínia Torrezin Forte, 158, em M'Boi Mirim, na Zona Sul.
Foram entregues os primeiros oito prédios, correspondentes aos blocos 1 e 4. Cada prédio possui 40 apartamentos divididos por cinco andares, num total de 320 apartamentos. Cada unidade é composta por sala, dois dormitórios, cozinha, banheiro e área de serviço, num total de 53,36 m². No andar térreo de cada bloco existem dois apartamentos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida, e em todos os condomínios há estacionamento para veículos e motos. Quando for totalmente concluído, o empreendimento terá um total de 680 unidades habitacionais, construídas em um terreno de 35,5 mil m².
"Essa obra é uma aspiração muito antiga - há mais de 15 anos a comunidade queria realizá-la. Nesses quatro anos, pudemos concluí-la, e esperamos, o mais breve possível, entregar a parte final", declarou o prefeito, para quem a entrega das unidades demonstra o bom investimento da Prefeitura. "Estou muito feliz hoje com essa grande entrega. É a oportunidade que temos de mostrar que o dinheiro que cada um paga de imposto também é revertido para vocês. É o caso deste complexo habitacional, a dois quilômetros do novo Hospital do M'Boi Mirim, com atendimento do Albert Einstein", disse.
O prefeito entregou para quatro mulheres, moradoras da região há mais de 10 anos, as chaves do novo imóvel. Uma delas é Maria do Reis Mauro, que há 17 anos buscava a casa própria na região. "Lutei por dezessete anos, pagando aluguel esse tempo todo. Teve hora que dava vontade de largar tudo, de só sair daqui. Mas meu sonho nunca tinha saído da minha cabeça. Agora já tenho meu cantinho", diz ela, que morará com o marido e o filho mais novo.
A construção das unidades habitacionais do Parque Europa I iniciou-se em 2002, em regime de mutirão, o que criava muitas dificuldades para os moradores. "Foi uma luta acordar todo mundo de manhã, vir para cá aos domingos para trabalhar o dia inteiro em regime de mutirão", lembra a moradora Edileuza Costa. "Todo mundo voltava para casa enlameado", complementa Maria Mauro.
Após a assinatura de convênio entre as secretarias de Habitação do Estado e do Município, a Cohab-SP e a CDHU, em junho de 2006, as obras passaram à empresa FM Rodrigues, vencedora da licitação. As obras foram reiniciadas com recursos da CDHU e fiscalização, gerenciamento e projeto da Cohab-SP.
Agora, chegou ao fim a espera de muita gente, como Alice Nascimento, 65 anos, 16 de luta. "Foi muita luta, muito sofrimento. E hoje, depois de muita paciência, eu estou morando em minha casa. Estou feliz por estar aqui, a casa própria, papel passado, feliz de receber meu documento, a minha segurança", conta ela.
As famílias assinaram em maio um Instrumento de Permissão de Uso Oneroso, o que permitiu que recebessem as chaves das unidades concluídas. Depois da conclusão da regularização fundiária, com o repasse do empreendimento à CDHU, os Termos serão substituídos por um Contrato de Compra e Venda, sendo que os valores pagos a título de retribuição mensal pelo uso do imóvel serão descontados do valor a ser financiado pela Companhia.
O valor de produção de cada unidade é de aproximadamente R$ 50 mil. Após a regularização e a entrega do contrato, o financiamento poderá ser feito em até 300 meses, de acordo com critérios baseados no salário mínimo. Aqueles que ganham até três salários pagarão 15% da renda-base; os que ganham quatro pagarão 17,5%; cinco salários, 20% da renda-base; e assim sucessivamente, até 10 salários mínimos.