Fórum Água Zona Norte, abre discussão de propostas e desafios

22 de março, Dia Mundial da Água

 

No dia 22 de março, Dia Mundial da Água, o Núcleo Verde e Meio Ambiente Norte-2 realizou o Fórum “Água Zona Norte: Propostas e Desafios”, no auditório da Prefeitura Regional Santana-Tucuruvi.
A mesa dos trabalhos foi composta pelo sociólogo e mestre em Ciências Sociais Walter Tesch, diretor DDG-G, pelo geólogo Ronaldo Malheiros, Mestre em Geologia Sedimentar e Ambiental, coordenador de Defesa Civil-PMSP, pela bióloga Caroline Cotrim Aires, Mestre em Zoologia e Doutora em Genética, Técnica da Suvis/JT, Luiz Antonio Bíscaro, da Superintendência de Gestão de Projetos Especiais da Sabesp e Alan Orellana, Tecnólogo em Saneamento Ambiental e Especialista em Engenharia de Saneamento Ambiental, gerente de Divisão de Operações de Esgoto Norte da Sabesp.
Fábio Yamada, coordenador da Defesa Civil JT, esteve participando do fórum representando a Prefeitura Regional Jaçanã/Tremembé.
Na abertura dos trabalhos a prefeita regional de Santana–Tucuruvi, Delegada Rose, agradeceu a presença de todos, ressaltando que “é preciso valorizar a água”, assim como cuidar do meio ambiente, observando que “a tendência do ser humano é se preocupar com a falta de água apenas na hora que surge o problema”.
O geólogo Ronaldo Malheiros abriu os trabalhos observando que a nossa discussão “é a água que mata. Precisamos ter uma postura muito séria, cobrar políticas públicas”, acrescentando que o foco “é de prevenção, quanto mais trabalhar a prevenção, menos problemas teremos”. Falou também dos riscos ambientais: geológicos (escorregamentos), hidrológicos (enchentes, alagamentos, inundações), atmosféricos (baixa umidade, baixas temperaturas) e biológicos (abelhas). “Nossa missão hoje é gerenciar o caos”, completou.
O sociólogo Walter Tesch observou que é preciso dar segurança à espécie humana e não ao planeta, construir a intersubjetividade. Ele falou dos eixos de ações da gestão descentralizada: finalização, educação ambiental, biodiversidade/arborização. Alguns eixos estruturadores: Serra da Cantareira, Rodoanel Norte, Córrego Limpo e Mapeamento de pontos críticos e cases regionais.
A bióloga Caroline Cotrim Aires, Técnica da Suvis/JT, falou do controle do Aedes Aegypti, abelhas, caramujos, pombos, escorpiões. Também do controle da castração e vacinação de animais domésticos, assim como de maus tratos e das campanhas de castração e vacinação. Ressaltou ainda o consumo de água humano, que o VigiÁgua atende algumas demandas do consumo humano de água: banho, alimento, etc. São coletados 11 pontos de amostras mensais de água que chegam no cavalete das casas. Agora, quando surge um surto de diarréia, são coletadas amostras para investigação do surto, no caso aqui especificamente na casa do munícipe. Outra informação importante, observou Caroline Cotrim, no caso de água levada por caminhão pipa, o motorista tem que fazer o teste de comprovação que a água é clorada. ”Isso muita gente não sabe que tem esse direito de comprovação”, explicou.
Caroline Cotrim ressaltou que a Zona Norte tem uma bacia hidrográfica extensa, falou também da descaracterização dos córregos, da ocupação das margens e que a canalização é a solução, também do problema com animais sinatrópicos: roedores e culex, assim como da leptospirose em áreas de risco. Outro problema são os pontos viciados de lixo e que é preciso se fazer um controle de roedores. Trabalho feito em quatro frentes: bueiros, canteiros, casa a casa e córregos, observando que córregos roçados e sem dejetos diminuem os problemas.
Luiz Antonio Bíscaro, da Superintendência de Gestão de Projetos Especiais da Sabesp e Alan Orellana, Gerente da Divisão de Operações de Esgoto Norte da Sabesp fizeram uma ampla explanação dos trabalhos desenvolvidos pela Sabesp de saneamento e tratamento da rede de esgoto.
Luiz Antonio observou que há uma Cidade Formal, dentro dos parâmetros normais, e uma Cidade Informal, que é uma ocupação totalmente desordenada, principalmente em regiões periféricas. “Fica difícil implantar uma rede de esgoto em regiões de ocupação desordenada”, afirmou.
Projeto Tietê – A primeira etapa iniciou em 1995, em 2010, começou a segunda etapa. Para as duas primeiras etapas um investimento de US$ 1,6 bilhão. Na terceira etapa, a expansão do sistema de esgoto sanitário metropolitano aumenta a coleta em 87%. Ainda segundo informou, numa quarta etapa, o planejamento é atender toda a periferia que está em franca expansão, observando que uma parceria com a Prefeitura é essencial, principalmente porque todo o esgoto na periferia é jogado direto no córrego.
Alan Orellana ressaltou que na cidade de São Paulo há 149 córregos despoluídos. Ele destacou ainda governança colaborativa, que são ações de envolvimento da população, de conscientização da população.
Caroline Cotrim, técnica da Suvis/JT, no encerramento do Fórum Água, reforçou que é preciso “proteger as nascentes”.
O Fórum Água foi muito produtivo, com discussões e propostas da importância da água, também do problema causado pelo lixo e entulho jogado nos córregos, da ocupação desordenada em regiões periféricas, também do tratamento do esgoto e ainda a importância da conscientização da população da não poluição de córregos e rios.