Capela do Socorro pede, a Prefeitura ouve.

Em audiência no último dia 8 de abril, moradores da região expuseram seus problemas. O Programa de Metas 2017-2020 vai tentar resolver.

Há problemas em Capela do Socorro? Sim. É possível resolvê-los? Sem dúvida. Essa tentativa de fazer de nossa região um lugar melhor para viver juntou cerca de 100 pessoas no último dia 8 de abril, no CEU Vila Rubi. Foi uma das 32 audiências populares, em todos os cantos de São Paulo, para propor soluções por meio do Programa de Metas 2017-2020.


O Plano de Metas 2017-2020 da Prefeitura de São Paulo tem 50 objetivos. E é dividido em cinco eixos de desenvolvimento: Social; Econômico e Gestão; Humano; Urbano; e Meio Ambiente e Institucional.


A mesa teve o prefeito regional João Batista de Santiago e o secretário do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini, na direção dos trabalhos. O prefeito regional expôs a necessidade da audiência, para ouvir a população. O secretário mostrou o Plano de Metas e os resultados que pode produzir. Acima de tudo, esteve a participação dos moradores, que contaram suas experiências cotidianas e expuseram seus problemas e demandas.


“Ninguém melhor do que cada um de nós para saber dos problemas de nosso bairro, da nossa vizinhança”, disse ao abrir a sessão o prefeito regional Santiago. “Com a ajuda de vocês, poderemos direcionar melhor os recursos, que são poucos, para favorecer o maior número de pessoas.”

 

Capela fala


Assim, 25 pessoas — número máximo, dado o limite de tempo — inscreveram-se para falar dos problemas de seus bairros. O Coletivo Paz Zona Sul apontou para os problemas de mobilidade na região, em especial a falta de uma infraestrutura cicloviária segura, para que as pessoas possam ir e voltar do trabalho e passear nos fins de semana. Foi citada a avenida Belmira Marin como exemplo de via sem estrutura para bicicleta.


“E o Grajaú é um dos bairros que mais usam bicicletas no dia-a-dia”, disse a representante do coletivo.


Representantes da Associação dos Moradores do Sítio Reimberg, por exemplo, queixaram-se da falta de saneamento básico e dos serviços de zeladoria. Acima de tudo, entretanto, o Sítio Reimberg quer a regularização da área para todos os moradores.


“Nós compramos. Não invadimos”, disse Sônia, da Associação. Ela lembrou que os moradores foram vítimas de vendedores inescrupulosos.


Em casos como esse, a Prefeitura Regional pouco pode fazer. Mas as sugestões para melhorar os serviços no bairro foram anotadas e serão incluídas no Programa de Metas para análise dos especialistas da Prefeitura e eventual incorporação à versão final. Já Sérgio Schneider, do Grajaú, reclamou da falta de profissionais médicos na UBS de seu bairro. E disse que há postos ainda construídos em madeira, alguns infestados por cupins. Schneider apontou ainda a falta de creches e o excesso de buracos nas vias — mesmas queixas de Magali Rodrigues, do Jardim Sabiá II, também no Grajaú. Magali ainda reclamou das placas de rua apagadas.


“Há falta de creches para ao menos 160 crianças só no nosso bairro!”, disse Antônio Carlos, da associação dos moradores da Chácara Santo Amaro. E lembrou que AMA/UBS local têm médicos sobrecarregados de trabalho.

 

Canais para a população


Como se vê, são muitos problemas, que é preciso atacar e resolver. Não dá para fazer tudo de uma vez, mas o simples conhecimento das demandas facilita a solução.


Para garantir participação ampla da população no Programa de Metas 2017-2020, a Prefeitura de São Paulo ofereceu as audiências. E há outros canais de comunicação. Todos podem participar, com propostas, projetos e sugestões que serão avaliadas e poderão ser incorporadas ao plano.


Pela internet, acesse http://programademetas.prefeitura.sp.gov.br ou http://planejasampa.prefeitura.sp.gov.br. A última audiência geral, para quem quiser comparecer, será no dia 24 de abril, às 15h, na Câmara Municipal de São Paulo, viaduto Jacareí, 100.

 O prefeito regional João Batista de Santiago e o secretário do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini (no centro): audiência para mostrar o Plano e descobrir demandas.

O prefeito regional João Batista de Santiago e o secretário do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini (no centro): audiência para mostrar o Plano e descobrir demandas.
 

Cerca de 100 pessoas estiveram presentes e apresentaram queixas de problemas que afetam os moradores da Capela do Socorro.
 

Magali Rodrigues (de vermelho), do Jardim Sabiá II: buracos e placas de rua apagadas.