Instituições realizam consulta pública para promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Iniciativa é apoiada pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo

Uma consulta pública está sendo realizada para responder à pergunta: “o que falta para que as empresas sejam mais inclusivas?” As respostas dos cidadãos serão a base para a elaboração do Guia Temático para Inclusão da Pessoa com Deficiência. O questionário online pode ser preenchido até o dia 19 de janeiro. A iniciativa é uma parceria do Instituto Ethos com a Rede Empresarial de Inclusão Social e conta com o apoio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED).

O objetivo do guia é fornecer informações para nortear as empresas na construção de um ambiente de trabalho acessível, que seja livre de barreiras arquitetônicas, atitudinais e comunicacionais. O secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, avalia a importância da consulta pública para estimular a inclusão: “Precisamos dar espaço à voz das pessoas com deficiência para que elas mesmas exponham quais suas demandas e dificuldades para adentrar o mercado de trabalho formal. Esse é o caminho para a quebra efetiva de obstáculos”, ressalta.

As empresas com mais de 100 funcionários devem reservar de 2% a 5% de seus postos de trabalho para as pessoas com deficiência, conforme determina a Lei de Cotas (8.213/91). Já o artigo 34 da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) assegura o direito ao trabalho às pessoas com deficiência, em ambiente acessível e inclusivo, com as mesmas oportunidades oferecidas aos demais trabalhadores. Porém, esse público está em apenas 2% do quadro de funcionários e 0,41% das funções gerenciais, de acordo com o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas” traçado pelo Instituto Ethos a partir de questões respondidas entre o final de 2014 e meados de 2015.

Para o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, a inclusão de pessoas com deficiência nas empresas não se trata de um mero cumprimento da lei a fim de evitar punições. Pelo contrário, “deve ser pensada como uma forma de aprendizado, de equidade e de promoção da diversidade nos ambientes de trabalho, resultando em mais oportunidades tanto para as pessoas com deficiência quanto para as empresas”, afirma.

A consulta pública pode ser acessada aqui.