Encontro em São Miguel Paulista discute direitos das pessoas com deficiência

O secretário municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Cid Torquato, defendeu a necessidade de uma mudança estrutural e de um trabalho em rede rumo à inclusão social

Na quinta-feira, 20 de abril, foi realizado um encontro para expor a realidade das pessoas com deficiência em São Miguel Paulista – distrito da zona leste de São Paulo - e discutir questões relativas à acessibilidade e ao exercício pleno de seus direitos.

Participaram da reunião, realizada na sede da Associação Comercial São Miguel,  o secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato; o prefeito regional de São Miguel Paulista, Edson Marques, a encarregada da Secretaria Municipal de Saúde de São Miguel Paulista, Elza Santana Braga, membro da Diretoria Regional de Educação (DRE) de São Miguel, Jair Sipioni, o representante da CET, Alexandre Francisco Trunkl, o superintendente da Associação Comercial São Miguel, Claudionor Correa Leão, a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Gersonita de Souza e demais representantes da sociedade civil e do poder público.

O secretário Cid Torquato destacou que a construção de uma realidade mais acessível e inclusiva exige o cumprimento de um desafio: a mudança. “Precisamos de mudanças estruturais profundas; vivemos em um mundo sem acessibilidade. Não conseguimos sair de casa, andar nas ruas, entrar nos prédios. Só esta mudança estrutural nos proporcionará um ambiente propício ao surgimento de novas ideias” afirmou, referindo-se às dificuldades de mobilidade enfrentadas pelas pessoas com deficiência.

André Ancelmo, morador de São Miguel Paulista e ativista do movimento das pessoas com deficiência, falou sobre as demandas da região: “Cada parte de São Paulo tem a sua própria característica. São Miguel está dentro de uma parte geograficamente mais alta, que dificulta a questão da acessibilidade e da mobilidade. Temos que pensar essas questões de forma descentralizada” ponderou.

O ativista levou para o debate dados importantes sobre a realidade das 61 mil pessoas com deficiência que residem o distrito. Foram expostas: a falta de acessibilidade no âmbito da educação com 163 escolas, mas apenas 44 apresentando plena acessibilidade – em outras 53 ela é parcial e 66 não são acessíveis, de acordo com dados da Diretoria Regional de Educação (DRE).

“Temos serenidade e clareza que este dado é uma realidade que precisa ser alterada. Este encontro, inclusive, é um passo essencial rumo às mudanças necessárias. A partir da troca de ideias e informações, podemos refletir e encontrar soluções” declarou Edson Marques, prefeito regional de São Miguel Paulista.

Cid Torquato, secretário da SMPED, ainda defendeu a realização de um trabalho em rede, no qual a sociedade e o poder público possam interagir para juntos construírem políticas públicas efetivas. Elas devem ser baseadas em um desenho universal capaz de garantir a participação social de todos diante de um cenário no qual a mobilidade é diminuída a cada dia, em razão de inúmeros aspectos, como envelhecimento da população, obesidade e diversos obstáculos: “Não é só construir uma rampa, é pensar o que ela significa em termos de acesso a direitos básicos e benefícios para a população” analisou o secretário.

Foi avaliado ainda o importante papel desempenhado pela Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), autoridade em acessibilidade arquitetônica do município. O órgão - composto por 32 profissionais técnicos - não só analisa e ratifica a acessibilidade das construções, como também atua na difusão de conhecimentos sobre o tema.