Projeto internacional reúne jovens de SP para debaterem problemas sociais

Projeto ligado ao Papa Francisco reuniu mais de 300 jovens com apoio da Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Instituto Olga Kos, promoveu entre os dias 24 a 28 de outubro, o ‘Scholas Ciudadanía’, iniciativa internacional promovida pela Fundação Scholas Ocurrentes, organização argentina ligada ao Papa Francisco. Cerca de 300 estudantes com e sem deficiência de escolas públicas e privadas de diferentes regiões da cidade se reuniram para discutir problemas em suas comunidades, propor soluções, compromissos e entregá-las às autoridades municipais.

No encontro, realizado no CEU Cidade Dutra, os jovens discutiram sobre “Sistema Educacional Brasileiro” e “Intolerância e Preconceito”, temas escolhidos por eles mesmos.

No último dia de atividades, 28/10, autoridades municipais receberam e debateram as propostas feitas pelos estudantes. A primeira-dama e coordenadora do São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad, comentou sobre a importância do projeto para a juventude. “O futuro aos jovens pertencem, por isso esta ação é incrível. Oferecer estrutura para que alunos de 10 escolas de diferentes regiões da cidade reflitam sobre assuntos de grande relevância na sociedade é perceber que, por meio de boas políticas, muitas mudanças podem ser feitas”, falou.

Já a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Marianne Pinotti, enalteceu a participação de São Paulo neste projeto mundial promovido pelo Papa Francisco. “É uma honra para nossa cidade participar deste evento que estimula o olhar humano e igualitário da nossa juventude”, disse.

Entre as leituras dos compromissos e propostas sobre educação e intolerância, os estudantes apresentaram poesias e músicas sobre os temas.

A vice-prefeita e secretária municipal de Educação, Nádia Campeão, fez um acordo com os participantes sobre o rumo dos documentos apresentados. “Comprometo-me a divulgar estes relatórios e encaminhar para os todos os professores, diretores e supervisores da rede municipal de educação. São mais de 65 mil profissionais que terão conhecimento deste projeto e assim poderão fazer uma reflexão do que os jovens de São Paulo buscam”, completou Nádia.

Participaram da cerimônia a coordenadora do programa Jovem Monitor, da Secretaria Municipal de Cultura, Isabela Tramansoli, o presidente do Instituto Olga Kos, Wolf Kos, e a representante do ‘Scholas Ciudadanía’, Maria Paz Jurado.

O evento contou com o apoio das Secretarias Municipais da Pessoa com Deficiência, Cultura e Educação.

Propostas e Compromissos sobre Sistema Educacional Brasileiro.

Compromissos
• Cuidar do patrimônio escolar;
• Melhorar a inclusão dos alunos nas atividades escolares;
• Fiscalizar os gastos das escolas;
• Buscar mais informações sobre o Sistema Educacional Brasileiro;
• Conscientização sobre os direitos dos alunos;
• Criar plataformas em mídias sociais para melhorar a comunicação entre os alunos;
• Continuar com o diálogo dos alunos de diferentes escolas e das mais diversas regiões da cidade;
• Divulgar e organizar eventos que tenham foco no protagonismo juvenil;
• Dar mais atenção aos problemas relacionados à educação.

Propostas
• Transparência dos gastos da escola referente a verba recebida pelo município;
• Deverá ser obrigatório existir espaço na escola para participação dos estudantes por meio de agremiações, coletivos e conselhos, tanto para formulação didática de atividades quanto a qualquer tipo de reforma do meio escolar;
• Aumento de salário e disponibilidade dos professores a fim de garantir uma quantidade saudável de horas trabalhadas;
• Deverá ser fundamental ter espaço de debate e discussão sobre tudo que diz respeito a sociedade civil, educação sexual preventiva, intolerância, preconceito, política e economia e que este debate seja mediado por alunos e educadores em conjunto;
• Obrigatoriedade de uma equipe de psicólogos em todas as escolas para uso de alunos e professores;
• Deverá ser instituído um encontro trimestral entre escolas públicas e privadas de uma mesma zona territorial com a seleção de um grupo de alunos de níveis sociais e diferentes culturas para representações municipais, estaduais e federais;
• Importância de garantir a maior visibilidade e divulgação do Plano Municipal de Educação para que haja maior atuação na sociedade como também a participação da população nas discussões e elaborações do plano.

Propostas e Compromissos sobre Intolerância e Preconceito

Compromissos
• Protagonismo
• Alterar os conceitos de família
• Não perpetuar opressões a qualquer tipo de minoria
• Rodas de conversas e debate sobre os temas da problemática
• Dar voz aos alunos das escolas
• Pesquisar sobre assuntos desconhecidos
• Dividir o conhecimento sobre o que domina
• Respeitar o coletivo
• Entender a vivência e e a origem das outras pessoas
• Não colocar a sexualidade como problema
• Comprometimento com a autoconscientização
• Intervenção em atos preconceituosos
• Oferecer ajuda aos que sofrerem preconceito

Propostas
• Criminalizar os atos violentos justificados por homofobia;
• Qualificar os crimes raciais observando cada individuo;
• Por meio de palestras oferecidas pela escola conscientizar os representantes familiares nas questões de intolerância;
• Inserir nas escolas agentes de fiscalização educacional a fim de garantir a Aplicação da lei 10.639, que traz a obrigatoriedade no ensino de história de cultura africana e afro brasileira;
• No currículo escolar deve ser inseridos os temas de inclusão da comunidade LGBT, mulheres, negros e pessoas com deficiência no contexto de cidadania;
• Aplicação efetiva da lei que garante o nome social nas escolas, Lei N° 8.727
• Garantir que sejam incluídos na programação televisiva assuntos que abordem as questões sociais. Incentivo a participação política sugerindo punição a emissoras que não cumprir este acordo;
• Criação de um programa que garanta bolsas de estudos no ensino fundamental e médio a estudantes de escolas públicas na rede privada de ensino;
• Oferecer tratamento psicológico nas escolas;
• Oferecer aulas sobre gênero no ensino fundamental;
• Oferecer cursos sobre diversas religiões na grade curricular;
• Proporcionar centros de referência a mulheres violentadas;
• Garantir o estímulo por parte da escola o intuito dos alunos criarem coletivos para aumentar a representatividade de minorias.