Mais do que disputas por medalhas, Paralimpíadas Escolares reúnem histórias de amor ao esporte

Diversas histórias de atletas que não vêm apenas competir com os adversários, mas também quebrar seus recordes.

 As Paralimpíadas Escolares reúnem estudantes do Brasil e exterior. Muito mais do que exemplos de superação, encontramos muito amor pelo esporte, vistas pelo esforço e dedicação de cada competidor, independente de sua deficiência.

Encontramos diversas histórias de atletas que não vêm apenas competir com os adversários, mas também quebrar seus recordes. Além, é claro, de encontrar novos e velhos amigos do mundo do esporte.

Histórias como a do jovem Fábio Bernardes Filgueiras Neto, de 15 anos, integrante da equipe de Minas Gerais, que é um dos finalistas da categoria até 15 anos de tênis em cadeira de rodas.

O mineirinho começou jogar tênis aos nove anos, incentivado por um tenista de sua cidade. Certo dia, o garoto foi visitar um clube de Uberlândia e recebeu o convite para treinar com o técnico Raphael Oliveira. Desde então, sua vida mudou. Treina pesado e participa de diversos campeonatos. Apaixonou-se pelo esporte e hoje ocupa a 7ª posição do ranking da Federação Internacional de Tênis.

As Paralimpíadas Escolares de 2014 é a quarta edição que ele compete e já ganhou diversas medalhas nas edições passadas.

Fábio nasceu com a mielomeningocele e utiliza cadeira de rodas para se locomover. Mas, conversando com o jovem, esta característica é apenas um detalhe ao tamanho de sua simpatia. “Adoro esportes. Tentei basquete e natação, mas o que eu gosto mesmo é do tênis.”, falou com sotaque mineiro.

O próximo desafio do atleta será em Janeiro, onde estará em Tarbes, na França, para tentar o título do Masters para o Brasil. “Todo ano, a Federação Internacional realiza um torneio com os oito melhores jogadores da categoria. E ano que vem vou para França! Estou muito contente”, completou Fábio.

A história da atleta de atletismo do time de Goiás, Geovana Ramos, de 16 anos, é bem diferente da maioria dos atletas. A jovem começou a praticar corrida por vontade própria aos 11 anos de idade. “Me apaixonei pelo esporte e resolvi começar sozinha”, falou a goiana.

Geovana tem uma rotina pesada de treinos e compete em todo o Brasil. E na edição de 2014 dos jogos paralímpicos escolares foi medalhista de ouro dos 1.500 metros rasos.

O atleta que brilhou na edição de 2014 das Paralimpíadas Escolares foi Lucas Mozela, integrante do time de São Paulo. O jovem se destacou nas competições de natação na classe S9.

O Paulista começou a praticar o esporte com 7 anos por indicação médica devido a má formação do seu braço direito. Mais do que desenvolver sua mobilidade, Lucas se apaixonou pelo esporte. Em menos de quatro meses fazendo aulas de natação aprendeu a nadar os quatro estilos. “Me adaptei muito rápido ao esporte, foi um amor a primeira vista”, fala o nadador de cabelo colorido.

Aos 13 anos Lucas começou a disputar provas importantes nacionais e internacionais Já participou do Parapan de Jovens, Paralímpiadas Escolares, Para-Sulamericano entre outros torneios, de onde trouxe diversas medalhas para casa.

Sua rotina é dura, treina de segunda a sábado, em média 2 horas na piscina, além da musculação e pilates. “Estou me preparando para o próximo Parpan e o mundial. Mas meu maior sonho é as Paralimpíadas de 2016. Até lá é muito treino”, completou Lucas.

No atletismo, diversos atletas se destacaram, como o potiguar Ricardo Wagner, de 17 anos. O jovem começou a praticar corrida pelo incentivo de seu professor de educação física do colégio, aos 15 anos.

Ricardo possui paralisia obstétrica causada pelo deslocamento de ombro durante o parto. “Eu estava com o cordão umbilical amarrado no pescoço, aí o médico deve que me puxar antes da hora para salvar minha vida”, disse. Apesar de praticar o esporte há apenas dois anos, o atleta chegou em terceiro lugar nos 400 metros rasos e ficou com o bronze nas Paralimpíadas Escolares 2014.

Uma atleta que se destacou pela quantidade de modalidades que disputou foi a amazonense Josiane Castro. Participou das provas de lançamento de dardo, arremesso de peso e salto em distância. A jovem tem 16 anos e começou a praticar o atletismo há dois anos. “Comecei a gostar de atletismo nas minhas aulas de educação física, mais especificamente jogando queimada. Adorava!”, falou a jovem.

Josiane nasceu com má formação no braço direito, característica mínima comparada a sua capacidade e versatilidade nos esportes. Nesta edição das Paralimpíadas, ficou com o bronze no salto em distância.

Outro atleta experiente no atletismo é o sul mato grossense Pedro Barros, de 17 anos. O jovem participou de diversas modalidades como arremesso de peso, lançamento de dardo e 100 metros rasos com cadeira de rodas.

Pedro possui deficiência física em decorrência da poliomielite. Começou a praticar o atletismo por meio de um projeto esportivo para pessoas com deficiência na cidade de Dourados. Na edição de 2013, das Paralimpiadas Escolares, o jovem foi ouro nos 100 metros rasos.

O time feminino de goalball de São Paulo chamou atenção nos jogos paralímpicos estudantil este ano. Composto pelas atletas Marisete Santos, Larissa Santos, Natália Silva, Milena Noqueira e Kyara Machado, o time tem uma formação recente, mas tem muita vontade de competir. “É sempre bom participar das Paralimpíadas. Não só pelo esporte, mas conhecer novas pessoas e aprender novas técnicas”, disse a jogadora Larissa.

A técnica do grupo, Beatriz Bonfim, treina as meninas há um mês e meio para as Paralimpíadas Escolares 2014. “A equipe é nova, por isso treinamos pouco. O que dificulta é a localidade de cada atleta.”, completa a simpática técnica.

As jogadoras reside em diversas cidades do Estado como Ribeirão Preto, Mairinque São Miguel Arcanjo e Campinas. O grupo compete com muita dedicação. Uma verdadeira promessa ao futuro do esporte.