José Luiz Vieira de Carvalho, de 31 anos, é um apaixonado por esportes desde pequeno. Já praticou diversas modalidades, como futebol, vôlei, entre outras. Porém, o basquete é sua paixão.

Luiz, como é mais conhecido pelos amigos, sofreu um acidente de carro quando tinha 18 anos e, como consequência, teve lesão na medula cervical que o deixou paraplégico. “Eu vivi como um bebê novamente. Tive de colocar fralda de novo, reaprender a ir ao banheiro, só não engatinhei de novo!” conta.

Atualmente, Luiz treina basquete com o time para homens em cadeira de rodas do Centro Esportivo Municipal Mané Garrincha, em São Paulo, e participa de campeonatos regionais e estaduais. Mas antes disso, adaptar-se a nova condição pós-acidente foi árduo. “No inicio foi difícil me ver naquela situação, a perda da independência física e a necessidade de reaprender coisas primárias me fez entrar em depressão profunda, um sentimento muito forte de incapacidade”, desabafa.

Os treinos de basquete acontecem três vezes por semana, com duração de duas horas. O preparador físico Geraldo Luiz de Toledo Cosa afirma que o treinamento não dá moleza para ninguém. “Sabemos das limitações reais de cada um e até onde posso exigir eu exijo, só assim eles conseguem ultrapassar os próprios limites, como qualquer atleta. Aqui não tem diferenciação”, completa o treinador.

Como sempre foi um rapaz ativo, além dos esportes também praticava dança e não recusava um passeio com os amigos. Luiz, depois do acidente, achou que sua vida estava acabada e precisou da ajuda de amigos e familiares para desenvolver um novo modo de pensar e agir. “Meu pai foi fundamental na minha reabilitação, ele é um herói, sempre me deu força em tudo. Passei a frequentar a fisioterapia e lá aprendi a me movimentar sozinho novamente. Descobri que poderia dirigir e praticar esportes. Depois disso entrei no time de basquete, o qual me fez tão bem que eu não saio mais e nem pretendo”, falou sorridente.

José Luiz falou de sua mudança de vida após entrar no basquete. “Depois que eu entrei no time eu cresci como ser humano, acho que eu não teria a mentalidade que tenho hoje sobre respeito à vida se não tivesse acontecido o que aconteceu. O esporte realmente mudou minha vida desde sempre.”, completou o esportista.