Albergues municipais inclusivos do acesso físico ao atendimento com qualidade: uma proposta da Seped

Na última sexta-feira (22/07), a secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida – Seped, Mara Gabrilli, juntamente com o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, Floriano Pesaro, visitaram o Albergue Ueze Zahran, conhecido como Complexo do Canindé e administrado pelo Instituto Cirineu, na zona norte da capital.

O complexo atende em média 550 moradores em situação de rua, sendo a maioria pessoas com deficiência física ou mental. Esse local conta atualmente com 315 leitos, sendo 15 para pernoite.

A secretária Mara Gabrilli aprovou suas dependências, porém, observou que podem ser realizadas melhorias na acessibilidade e, principalmente, desenvolvidas atividades para que os usuários do local não fiquem ociosos e se sintam produtivos.

Durante a visita, o secretário Floriano Pesaro anunciou a captação de recursos na ordem de US$ 1,2 milhão, graças a uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID – para a ampliação de vagas do complexo, adequação da acessibilidade dos espaços, construção de um restaurante popular, entre outras melhorias.

No município de São Paulo, cerca de 1 milhão de cidadãos (Censo 2000-IBGE) são pessoas com algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida. Um universo que merece atenção dos governos e da sociedade civil porque ainda sofre muito com o preconceito e com a falta de acessos para circular por uma cidade urbanizada como São Paulo. Se retratarmos as pessoas com deficiência em situação de rua, o sofrimento é muito maior. Alguns são abandonados por suas famílias – que alegam não ter condições para manter o ente, outros por ter como única opção a miséria e a solidão. Assim, essas pessoas – que acabam sendo duplamente excluídas – adotam como moradia as praças, os viadutos ou até mesmo as calçadas da cidade.

A meta desta gestão municipal, comandada pelo prefeito José Serra, é que esses cidadãos paulistanos sejam totalmente acolhidos. A opção é direcioná-los para um dos 35 albergues mantidos pela prefeitura, sendo três deles adaptados para pessoas com deficiência. A previsão é que esses locais ofereçam um atendimento especial, promovendo atividades que façam com que esses moradores em situação de rua, com deficiência ou não, tornem-se produtivos.

Incluir a pessoa com deficiência em qualquer situação não é uma tarefa fácil. Por isso, a Secretaria da Pessoa com Deficiência foi criada e para isso desenvolve parcerias com outras secretarias municipais. No caso dos albergues municipais, a Seped se comprometeu em visitar todas as unidades e, juntamente com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, vai estudar novas políticas públicas que tratem melhor deste assunto, principalmente nesse período do ano em que são registradas temperaturas extremamente baixas.