Parceria promove a acessibilidade na Casa Cor 2006

Colocamos a acessibilidade no seu devido lugar: na sala, no quarto, na cozinha, no banheiro e, claro, na calçada

A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura da cidade de São Paulo orientou os arquitetos e decoradores da 20ª mostra da Casa Cor para que outra estrela também brilhasse nos 40 dias em que a Casa estará aberta ao público: a acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Na cidade de São Paulo, são mais de 3 milhões de pessoas que sofrem com a falta de acesso às ruas, casas, prédios e calçadas. Esses habitantes, que representam quase 30% da população do município segundo dados do IBGE, são pouco lembrados quando uma edificação está sendo posta de pé. Para transpor qualquer tipo de obstáculo, os “arquitetos da cidade” acabam optando por usar degraus e desníveis em detrimento de rampas e elevadores. Essa escolha torna nossa imensa São Paulo inacessível às pessoas que precisam se locomover por meio de cadeira de rodas, muletas ou mesmo para os idosos ou obesos com dificuldades de mobilidade.

Para mudar essa mentalidade, a Secretaria vem trabalhando em parcerias importantes para a cidade. Uma delas foi com a Casa Cor, que nasceu de um namoro já em 2005. Este ano, que marca o aniversário de 20 anos da mostra, a organização da Casa Cor buscou priorizar a acessibilidade e o desenho universal, ou seja, deixando todos os seus ambientes completamente acessíveis a todos os visitantes, inclusive às pessoas com deficiência ou com dificuldade de locomoção.

Desde o início do processo de realização da mostra, arquitetos da Secretaria da Pessoa com Deficiência participaram de reuniões com os expositores para difundir os conceitos do desenho universal e normas técnicas de acessibilidade.

Muitas adaptações foram feitas para oferecer o maior conforto possível a toda a sorte de pessoas, como a colocação de rampas, nivelamento do piso junto à entrada dos ambientes e construção de banheiros acessíveis. Ao todo, são mais de 2.000 metros quadrados de área construída com acessos a praticamente todos os ambientes e muito respeito à diversidade humana demonstrando, inclusive, como a automação pode auxiliar pessoas com mobilidade reduzida.

Para a secretária da Pessoa com Deficiência, Mara Gabrilli, a preocupação com a acessibilidade é uma tendência mundial e a Casa Cor está mostrando, na prática, como promover essa transformação física e cultural. “A iniciativa da Casa Cor em possibilitar a visita de pessoas com deficiência a todos os seus ambientes mostra que a preocupação com acessibilidade está virando uma realidade em São Paulo. E é importante mostrar isso, principalmente num local que é referência em arquitetura e design para toda a América Latina”, afirma Mara.

Mara Gabrilli é uma das 20 pessoas homenageadas neste ano pela direção da Casa Cor. Uma exposição reúne um objeto de cada uma dessas pessoas com uma frase sobre o que ele representa. O objeto escolhido por Mara é a boneca Becky, amiga da Barbie e cadeirante.

"A Barbie representa conceitos como beleza, sofisticação e naturalidade. E a Becky nos mostra que ser bonita e sofisticada independe da condição física. E que natural é saber lidar com essas diferenças", diz Mara.

 

 

 

 

Calçada Acessível 

Devolver o caráter humano e social das calçadas à população das cidades e, conseqüentemente, proteger o pedestre e o meio ambiente. Essa é a proposta do arquiteto paisagista Benedito Abbud que expõe na Casa Cor 2006 a calçada viva, que tem como base a integração de sete itens: calçadas verdes, ecológicas, acessíveis, inteligentes, culturais, mobiliadas e saudáveis.

Fruto de uma parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, por meio do programa Passeio Livre, a calçada acessível permite o acesso à Casa Cor, a partir da rua, para as pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção, como idosos e gestantes.

A calçada atende às normas técnicas de acessibilidade, demonstrando como novas propostas e materiais utilizados no piso podem vir de encontro com o conforto de todos, inclusive de pessoas com deficiência visual pois utiliza, quando necessário, o piso tátil de alerta, além de rampa para travessia.

Para a secretária Mara Gabrilli, a calçada proposta pelo arquiteto Benedito Abbud na Casa Cor mostra como é possível tornar uma calçada funcional e bonita. "É uma calçada que segue os padrões do decreto municipal, tem áreas livres para a passagem de pessoas, cadeiras de rodas, área para mobiliário urbano, um piso que absorve a água e, além de tudo, é muito bonita", disse Mara.

Casa Cor 2006

Entre os dias 30 de maio e 9 de julho, o visitante poderá conferir a decoração dos mais de 60 ambientes da Casa Cor, assinados por um time com nomes consagrados do segmento, entre eles: Benedito Abbud, Bya Barros, Esther Giobbi, Fernando Piva, João Armentano, João Mansur, Jóia Bergamo, Lia Carbonari, Myrna Porcaro, Sig Bergamin. O prédio do antigo ambulatório do Jóquei Clube de São Paulo que abriga a Casa Cor 2006 foi transformado na residência de um casal, que tem dois filhos jovens e um bebê, com quarto de hóspedes e salão de festas. A Casa conta também com áreas de entretenimento como bar, restaurante, cafeteria, chocolateria, galerias de arte, livraria, joalheria, lojas do MAM (Museu de Arte Moderna) e da Casa Cor.

 

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