Rua Avanhadava é inaugurada revitalizada e acessível

Em clima de festa, foi inaugurada neste sábado (20), pelo prefeito Gilberto Kassab, a revitalização da Rua Avanhandava, no Centro da cidade. As obras, resultado de parceria entre a Subprefeitura da Sé e a Associação de Restaurantes da Rua Avanhandava, com patrocínio da Visanet, serviram para remodelar os 140 metros da rua, que vai da Rua Martins Fontes à Martinho Prado.

As calçadas foram alargadas em cerca de 2,5 metros de cada lado, houve troca de calçamento, reforma do sistema de drenagem e aterramento dos fios de eletricidade, além da instalação de um pórtico e duas fontes.

O prefeito descerrou a faixa de inauguração, ao lado do empresário Walter Mancinni e de secretários municipais e destacou a importância da revitalização da Avanhandava e de outros pontos da região central. “O Centro tem as melhores tradições de São Paulo, foi onde nasceu a cidade. Hoje temos a oportunidade de revitalizar uma das mais importantes ruas da cidade”, disse o prefeito, ressaltando que a revitalização do Centro está atraindo novamente a vida social para essa região da cidade.

Também hoje foram inaugurados outros estabelecimentos na Avanhandava: uma lanchonete, uma loja de artes, e um piano bar, onde o cartunista Ziraldo autografava seu livro “Jeremias, o Bom”. Outro famoso cartunista, Paulo Caruso, também esteve presente na Avanhandava, onde fazia caricaturas das pessoas que o solicitavam. Brincadeiras para as crianças, apresentações de música e de um mágico terminaram de compor o clima festivo da reinauguração da rua.

Os investimentos na obra, em parceria entre o Poder Público e os comerciantes, chegaram a R$ 1,5 milhão. Em razão da revitalização, o fluxo de pessoas aumentou em 15% e até melhorou a circulação de carros. Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, responsável pelo projeto de restauração do Centro,“foi feita uma reforma de acordo com as características da Rua Avanhandava, que é uma rua de restaurantes, de lazer e prédios com moradores. A velocidade do trânsito diminuiu, melhorou a acessibilidade, e a rua ficou bonita, bucólica e agradável”.

Acessibilidade e inclusão

Veículos de todos os tipos, pedestres e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida - cadeirantes, por exemplo, têm na nova Avanhandava um raro espaço de convivência harmoniosa. Isso porque a reforma da via foi feita de maneira a observar as normas mais avançadas de acessibilidade, sob um novo conceito de amenização do trânsito, o traffic calming. Adotado em praticamente toda a Europa e em várias cidades dos Estados Unidos, ele é um conjunto de medidas que visa a diminuir os acidentes e estragos ambientais provocados pelo fluxo intenso de automóveis. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Tadeu Braz, a entrada da Rua Avanhandava, antes com 38 metros de largura, foi reduzida para seis, e o piso foi erguido ao nível da calçada. Assim, logo ao entrar na via, o motorista é obrigado a reduzir a velocidade.

Em vários pontos, o desnível entre a calçada e a rua é mínimo; em outros é inexitente, o que facilita a vida das pessoas com deficiência.

A iniciativa foi acompanhada de perto pela secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli. Para ela, a Avanhandava "tem como fundamento educar as pessoas, conscientizar o motorista de que é uma rua com um diferencial, que enaltece o pedestre. E qualquer pedestre", ressalta. "É uma rua para todos, para o deficiente visual, o cadeirante, o idoso", ressalta.

A Avanhandava, para a secretária, é uma prova de que a São Paulo "tão caótica, tão grande, que passou tanto tempo valorizando os automóveis em detrimento dos pedestres, pode agora inverter essa relação. O principal conceito é o de contemplar a diversidade humana", enfatiza. E lembra que, hoje, em São Paulo, são 3 milhões de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em um universo de 10,4 milhões de habitantes."Não dá para não contemplar essas pessoas; até porque são consumidores", acrescenta. Mara Gabrilli também elogia os proprietários de estabelecimentos na Avanhandava, que levaram para dentro das casas a mesma preocupação com a acessibilidade que há do lado de fora.