Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência debate Emprego e Trabalho

O evento aconteceu no dia 25 de abril, na Câmara Municipal de São Paulo.

Informações do Pró-Trabalhador (clique aqui)

 A quem compete dizer o que uma pessoa é ou não capaz de fazer? Foi o ponto alto do debate sobre Emprego e Trabalho, promovido na Câmara Municipal de São Paulo no último final de semana.


Sábado, dia 25 de abril, o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD), realizou na Câmara Municipal de São Paulo debate sobre Emprego e Trabalho.


O evento contou com a participação do presidente do CMPD, Gilberto Frachetta, a conselheira, Marly dos Santos, que presidiu a mesa de trabalhos, a coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com a Deficiência (PADEF), Marinalva Cruz, e a coordenadora da diversidade, no Centro de Apoio ao Trabalho (CAT) da Prefeitura, Luciana Alves dos Santos.


A conselheira Marly dos Santos falou sobre a importância de conscientizar as empresas e as famílias sobre o direito a autonomia das pessoas com deficiência.
“Fico muito brava quando as pessoas querem interferir neste processo, pois se a pessoa é capaz de trabalhar, também é capaz de dizer de que maneira quer usar ou gastar o seu próprio dinheiro”, afirma a conselheira.


A coordenadora da diversidade, Luciana Santos, lembrou a necessidade de acompanhar a qualidade das vagas oferecidas pelas empresas. “No CAT acompanhamos as vagas oferecidas pelas empresas do momento da inclusão no sistema e mesmo após o encaminhamento”, revela Luciana.


“Não enviamos currículos para as empresas, agendamos uma entrevista no PADEF ou na empresa para que empregador e trabalhador possam se conhecer e aconselhamos que seja feito um estágio para avaliar as potencialidades do candidato a vaga”, sugeriu Marinalva do PADEF durante a apresentação.


Após a apresentação dos trabalhos desenvolvidos nos três órgãos, as pessoas com deficiência presentes, parentes ou outros interessados tiveram a oportunidade de fazer perguntas ou explanarem seus pensamentos sobre o Emprego e Trabalho.


Vinicius Schaefer, formado em administração de empresas e criador da Viva Acessibilidade, nasceu surdo e se comunica através da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e cobrou das esferas mais pessoas capacitadas para o atendimento em Libras.


“Faltam pessoas capacitadas para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes em diversos contextos do cotidiano”, explica Schaefer.


A pedagoga Silvia Souza Santos, cadeirante em razão da poliomielite na infância, cobrou mudanças na forma de avaliação do que cada deficiente é ou não capaz de fazer, principalmente quando o assunto é concurso público.


Silvia já foi aprovada em diversos concursos públicos como pedagoga, chegando inclusive a atuar no interior de São Paulo no ramo.


“Só não permaneci no cargo, porque o meu deslocamento para o interior era muito desgastante”, explica Silva.


“Em 2014 passei em outro concurso público, só que desta vez em São Paulo, passei por quatro etapas para assumir o cargo, mas quando chego na avaliação médica, eles alegam que minha deficiência por ser severa não me permite a atuação no cargo”, conta.


Os trabalhos foram encerrados com a explanação do presidente do CMPD, Gilberto Frachetta.


“O médico não pode ser quem avalia a competividade da pessoa com deficiência, mas apenas as suas condições de saúde, porém essa é uma discussão que não termina hoje”, afirmou Frachetta, convidando os participantes do Grupo de Trabalho, para novos encontros.


A equipe de jornalismo e administração do portal de notícias do Pró Trabalhador, também participou da mesa de debates expondo a importância de canais de divulgação que tratem da inclusão no geral.


“O trabalho é uma benção que nos ajuda a crescer e evoluir como pessoas e o Pró Trabalhador busca levar informação de empresas ou órgãos que estão fazendo algo diferente que colabore para a inclusão ou mudança de culturas, por intermédio da diversidade”, Fabio Marques, gerente comercial.