Inverno começa nesta quarta-feira (21) às 01h24 da madrugada

A estação traz um tempo mais seco e temperaturas amenas

 O inverno, que começa oficialmente na próxima quarta-feira (21) de junho às 01h24 da madrugada, é considerado o período mais seco do ano na região Sudeste, já que as chuvas ocorrem de forma irregular registrando baixos volumes. A estação, que começa nos dez últimos dias de junho e compreende os meses de julho e agosto, historicamente mais secos, terminando nos primeiros 21 dias de setembro, tem como características principais as temperaturas amenas e menos horas de exposição solar, ou seja, os dias são mais curtos e noites mais longas com céu claro.

“O principal sistema responsável por regular o regime de precipitação nesta época do ano é a frente fria, que logo após sua passagem permite a entrada das massas de ar frio que provocam queda nas temperaturas” explica o técnico em meteorologia do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo, Adilson Nazário. “Vale salientar que em alguns momentos os sistemas frontais passam pela região provocando eventos de chuva forte”, complementa o técnico em meteorologia.

Outra característica do inverno é a formação de geadas, especialmente nas regiões serranas. Durante a estação também é comum a ocorrência de inversões térmicas, que ocorrem quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma mais fria causando nevoeiros e neblinas que podem reduzir a visibilidade a menos de 1000 metros nas primeiras horas do dia, se dissipando até o fim do período.
No inverno há maior predominância das massas de ar seco que provocam dias de céu aberto com baixa umidade relativa do ar, que geralmente atingem valores altos no período da manhã, quando o frio é mais intenso, mas caem de tarde, quando as temperaturas sobem, registrando valores inferiores a 40% em algumas localidades.

Segundo consenso entre os diversos centros de previsão climatológica espalhados pelo mundo, não são esperados eventos de El Niño, que o aquecimento das águas superficiais do pacífico equatorial leste, próximo à costa do Peru, e nem de La Niña, que é o resfriamento anômalo das águas do pacífico equatorial.

Essa neutralidade climática sugere que as temperaturas fiquem na média, ou seja, dentro da normalidade. Com relação ao volume de precipitação, a tendência é de ficar dentro do esperado para cada mês da estação. Entretanto as madrugas continuam frias, facilitando os recordes de temperatura mínima. Já as tardes apresentam pouca nebulosidade e baixa umidade relativa do ar. “No inverno deste ano, não devem ser observadas longas sequências de dias com temperaturas baixas como em 2016, ano que foi bem diferente de 2014 e 2015 que foram mais quentes”, explica o técnico em meteorologia.

Outono termina nesta próxima madrugada

O outono de 2017 termina na próxima madrugada e foi o segundo mais chuvoso da série histórica do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo, que compila dados desde 1995. A média de chuva esperada para a estação é de 206,6mm, mas foram computados 357,1mm, ou seja 72,8% acima do esperado.

O outono deste ano só perde para o de 2012 que acumulou um volume médio de 406,8mm. No ano passado choveu 327,1mm e foi o terceiro mais chuvoso da série. Em contrapartida o ano que acumulou o menor volume de precipitação foi o de 2000 com apena 50,2mm.

“O outono de 2017 registrou esse alto volume de chuvas devido a passagem de frentes frias e sistemas de baixa pressão atmosférica sobre a região, associadas ao corredor de umidade da região amazônica”, explica o técnico em meteorologia do CGE, Adilson Nazário.

Os meses de abril, maio e junho, mas principalmente maio, chegou a chover quase três vezes mais. “As chuvas foram mal distribuídas, mas em muitos dias foram registrados volumes relevantes de precipitação. Isso ocorreu devido a passagem de frentes frias e áreas de baixa pressão atmosférica”, comenta Nazário.

Com relação as temperaturas, de acordo com dados do CGE, os meses de março e abril registraram valores ligeiramente abaixo da média, tanto para as mínimas quanto para as máximas. Já nos meses de maio e junho, essas variáveis estiveram ligeiramente acima.