Agosto é o quarto mais chuvoso desde 1995

Chove mais que o dobro esperado para o mês

O mês de agosto acumulou, em média, 61,1mm de chuva em São Paulo, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). Esse valor é 124% superior à média histórica esperada para o mês, que é de 27,2mm.

Com o acumulado mensal de 61,1mm, esse mês de agosto é o quarto mais chuvoso da série histórica do CGE, que compila dados desde 1995. Os meses de agosto mais chuvosos foram, respectivamente, o de 2000, com 73,8mm, o de 2008, com 73,4mm, e o de 2016, com 68,5mm. Os dois menos chuvosos foram o de 2007, que não registrou chuvas, e o de 2012, com 0,1mm.

Esse mês de agosto registrou índices pluviométricos em 11 dias. O agosto que registrou mais dias com chuva desde 1995, primeiro ano de registro da base de dados do CGE, foi o de 2011, com 15 dias com chuva (volume acumulado médio de 47,6mm), e o que registrou menos dias chuvosos foi o de 2007, em que não houve chuvas.

Vale observar que o mês de julho de 2017 foi o segundo julho mais seco de toda a série histórica do CGE. Assim, mesmo que o índice pluviométrico deste agosto tenha ficado acima da média, o período como um todo apresenta normalidade. “É considerado normal que um mês tenha chuvas abaixo da média quando outros foram muito chuvosos, pois o total está dentro da variabilidade climática esperada”, afirma Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.

O inverno de 2017 segue como o mais seco desde 1995, com 61,6mm acumulados de precipitação até o momento. O mais chuvoso permanece o de 2009, com 352,2mm. A estação começou em 21 de junho, às 01h24, e termina em 22 de setembro, às 17h02.

Temperaturas e umidade

Neste mês de agosto, as temperaturas mínimas ficaram praticamente dentro do esperado de acordo com a média histórica. Foi notável a ocorrência de ondas de frio não duradouras e houve poucos dias com frio, como os dias entre 5 e 7 de agosto. O mês transcorreu sem a regência de nenhum fenômeno climático e não houve recordes de frio. Já as máximas, com 22,6°C em média, ficaram um pouco abaixo do esperado, que era de 24,8°C. Houve também dias com temperaturas altas devido aos fortes bloqueios atmosféricos - massas de ar seco que impediam chuvas e a passagem de frentes frias, comuns para a época. Como exemplo temos o dia 30, quando foi registrada a tarde mais quente do inverno, com 32,2°C em média na cidade.

Os índices de umidade permaneceram, em média, dentro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante quase todo o mês. A Defesa Civil, com base nos dados meteorológicos do CGE, colocou a cidade em estado de atenção para baixa umidade do ar em 7 dias do mês de agosto durante curtos períodos de tempo.

Tendência para setembro

A primavera, que começa neste mês, é uma estação de transição entre o inverno, frio e seco, e o verão, quente e úmido. A partir desta estação, será observado no Sudeste um aumento gradativo nas temperaturas e no volume de chuvas, que atinge o ápice nos meses de janeiro e fevereiro (verão). É comum também na primavera o registro de grande amplitude térmica, ou seja, a diferença das temperaturas máximas e mínimas registradas num mesmo dia.

Usualmente, observa-se altas temperaturas e recordes durante a primavera e também temporais de forte intensidade e localizados, com raios, rajadas de vento e queda de granizo. Também é normal a ocorrência ondas de frio tardias.

Este mês de setembro deve transcorrer em normalidade climática, ou seja, sem a interferência de nenhum fenômeno climático global como El Niño ou La Niña, e ser um pouco mais chuvoso que agosto, já que sua média histórica, de 70,8mm, é superior. As temperaturas já começam a aumentar, com médias mínimas de 15,1°C e máximas de 24,1°C. Espera-se dias mais quentes, com pancadas de chuvas, e também eventuais passagens de frentes frias, que devem trazer chuvas e ondas de frio não duradouras.

Já para os próximos dias, as simulações atmosféricas mais recentes indicam tempo seco e sem previsão de chuvas.

A madrugada de sábado (02) ainda começa com muitas nuvens e formação de névoa úmida, o que pode restringir a visibilidade nas primeiras horas da manhã. No período da manhã a quantidade de nuvens diminui e o sol passa a predominar, favorecendo assim a elevação da temperatura. A máxima chega aos 25ºC, com os menores índices de umidade do ar acima dos 45%. A entrada da brisa marítima no fim da tarde volta a aumentar a nebulosidade, mas sem previsão de chuvas.

O domingo (03) será marcado por poucas nuvens e predomínio de sol desde o amanhecer. Durante a madrugada os termômetros oscilam em torno dos 13ºC, com sensação térmica abaixo desse valor. A presença do sol mais constante faz a temperatura subir rapidamente e a máxima esperada é de 27ºC. Os percentuais de umidade do ar entram em declínio, com os menores valores próximos dos 35%.