Histórico

Planetário Professor Aristóteles Orsini

Inaugurado em janeiro de 1957, o Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro planetário do Brasil. O prédio é um importante patrimônio histórico, científico e cultural, tombado pelo Conselho Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat).

A história da construção do Planetário começa em 1951, quando foram criados grupos de trabalho na Administração Municipal, com a finalidade de organizar os eventos comemorativos do IV Centenário da Cidade de São Paulo, que ocorreria em 25 de janeiro de 1954. Por sugestão do Prof. Aristóteles Orsini, Diretor Científico da Associação dos Amadores de Astronomia de São Paulo (A.A.A.), foi enviada à “Comissão do IV Centenário”, uma série de documentos informativos sobre os planetários já existentes no mundo e era lançada a ideia da construção de um planetário para São Paulo, cuja inauguração comporia os festejos dos 400 anos da cidade.

Somente no final de 1956 chegava à fase final a construção do prédio do Planetário, com quase três anos de atraso em relação ao cronograma inicial. Por conta de imprevistos envolvendo o regime cambial vigente no país, surgiu um sério problema: a cúpula metálica destinada à projeção e que deveria ser instalada com o prédio pronto, tornou-se muito cara, apresentando um valor que ultrapassava, em muito, a verba reservada para a sua aquisição. Esta dificuldade foi contornada com a construção de uma cúpula de concreto. Esse projeto arquitetônico pioneiro foi a primeira edificação desse gênero no mundo, atestando a criatividade dos fundadores do Planetário, a tal ponto que outras instituições acabaram adotando a mesma solução, como os planetários de Caracas, na Venezuela, e Tóquio, no Japão. Em 26 de janeiro de 1957 foi finalmente inaugurado o “Planetário Municipal de São Paulo”. A apresentação de abertura foi proferida pelo Prof. Orsini.

Nos anos finais da década de 1960 e início da década de 1970, uma nova equipe se formou. Entre os novos membros que iniciavam seus trabalhos na instituição estavam presentes Irineu Gomes Varella, que contava, na ocasião com 15 anos de idade, e o irmão de Irineu, Paulo Varella, que assumiu as atividades na área de sonoplastia. Irineu, com o apoio constante de Paulo, assume a direção do Planetário em 4 de junho de 1980, com 27 anos de idade. A dupla de irmãos coordenou os trabalhos no Planetário até o começo dos anos 2000, quando deixam os cargos de gestão das atividades para continuarem como professores da Escola Municipal de Astrofísica, função na qual se aposentaram em 2015.

Durante sua história o Planetário atuou como um importante centro difusor dos conhecimentos envolvendo a Astronomia e ciências correlatas. Grande parcela da população de São Paulo carrega lembranças da visita que realizou ao Planetário durante o período escolar. Iniciadas desde 1981 e em vigor até hoje, as visitas agendadas de instituições de ensino às sessões do Planetário proporciona uma ferramenta pedagógica fundamental para uma melhor exposição de conceitos científicos. A adequação dos horários das sessões e até a criação de novos horários, visando contemplar as necessidades do calendário escolar, além da garantia de acesso gratuito dos estudantes, tornaram o programa um sucesso, haja visto sua continuidade até os dias atuais.

O final da década de 1980 e começo da década de 1990 inicia-se um processo de revitalização do Planetário, pois a estrutura física dos edifícios não atendia mais ao grande público de interessados. Foi solicitada à municipalidade uma ampliação das instalações e tanto o Planetário como a Escola Municipal de Astrofísica foram totalmente reformados. Nesta ocasião foi dado um importante passo, adequando a sala de projeções às normas de segurança, propiciando o restauro dos sanitários e de partes do saguão de visitação, além da compra de novas poltronas que proporcionaram maior conforto aos usuários e um aumento na lotação da sala.

Junto com essas reformulações a Biblioteca da Instituição, em parte herdada da Associação de Amadores de Astronomia, em parte adquirida pela municipalidade ao longo dos anos e, também, enriquecida por inúmeras doações, recebeu um setor específico para seu manejo. Dessa forma foi criado o Centro de Documentação Técnica e Científica em Astronomia - CDTCA, um polo de arquivamento e difusão de conhecimento onde podem ser consultados livros, periódicos, teses, reprints e separatas nas áreas de Astronomia, Física, Matemática e Geofísica, além de diversos textos produzidos pelos professores da instituição. Atualmente esse material está sob incumbência da Escola Municipal de Astrofísica, localizada ao lado do Planetário.

O Planetário Professor Aristóteles Orsini atualmente faz parte da Secretaria do Verde e Meio Ambiente - SVMA, compondo parte da Universidade Aberta para o Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ). Em janeiro de 2017, o Planetário completará 60 anos de existência, coroando uma longa trajetória dedicada ao fascínio pelo céu: seis décadas ensinando à população de São Paulo a importância das estrelas para a vida de todos nós.


Fontes:

O FASCÍNIO PELO CÉU, por Paulo Gomes Varella

PLANETÁRIOS DE SÃO PAULO, por Oscar Matsuura

ESCOLA MUNICIPAL DE ASTROFÍSICA PROF. ARISTÓTELES ORSINI, publicação comemorativa elaborada pela prefeitura de São Paulo em agosto de 2008.

ESCOLA MUNICIPAL DE ASTROFÍSICA – 55 ANOS, por Kizzy Alves Resende, Irineu Gomes Varella, Paulo Gomes Varella, Eder Ricardo Canalle, Julio Cezar de Santana.

 

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