Cresce o uso do GeoSampa na Prefeitura de São Paulo

Portal vem sendo utilizado em várias aplicações, facilitando o trabalho de muitos setores da PMSP 

O Portal GeoSampa, que unificou informações georreferenciadas constantes em bancos de dados de várias instituições da administração pública municipal de São Paulo, começa a dar seus frutos. Solução corporativa desenvolvida pelo Núcleo de Geoprocessamento da Prodam em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU/Deinfo), tem como objetivo subsidiar a administração municipal no planejamento urbano. 

O portal é uma aplicação web composta pelo GeoSampa-Site, interface web onde o usuário da prefeitura tem acesso às informações referentes ao geoprocessamento, além de fóruns, novidades, notícias, ferramentas e links; o GeoSampa-Mapas, aplicação webmap com ferramentas de navegação, pesquisa e download de informações geográficas do município; e, o GeoSampa-Metadados, que disponibiliza informações técnicas sobre os dados disponíveis na aplicação de acesso ao mapa. O GeoSampa permite ao usuário consultar as informações de várias fontes num único mapa e isso contribui para facilitar o planejamento e tomada de decisões para os órgãos públicos. 

O GeoSampa já vem sendo utilizado por várias unidades da administração pública municipal, como Secretaria de Habitação (SEHAB), Secretaria de Licenciamento (SEL), Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) e várias subprefeituras, além de outros órgãos do município. Apesar de ser uma das etapas de um projeto iniciado em 2013 e previsto para ser concluído em julho de 2016, o portal já impressiona por seu potencial de uso. Ainda este ano, a maior parte destas informações será disponibilizada para o cidadão. Para o próximo ano, o foco da equipe será trabalhar nas funcionalidades que vão permitir aos usuários internos manter a base atualizada, além de disponibilizar aos servidores ferramentas avançadas de análise geoespacial. 

Segundo Flávio Laurenza Fatigati, arquiteto e coordenador do setor de cadastro da Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Subprefeitura da Vila Mariana, o sistema está sendo usado para instruir os processos de cadastro, além dos autos de licença de funcionamento e também outros processos. O GeoSampa – mais especificamente o portal de consulta ao mapa digital da cidade, o GeoSampa-Mapas -, são usados para determinar o zoneamento do imóvel, da área em que ele está, assim como os aspectos tanto do Plano Diretor como da Lei de Zoneamento. “As outras informações que o sistema traz nos servem como subsídio, por exemplo, as imagens e as informações cartográficas. Tem nos ajudado muito, é uma ferramenta que tem sido útil e temos a expectativa de que o sistema possa evoluir através da integração com outros sistemas. Em comparação com o que tínhamos, percebemos uma evolução”, afirma. 

“Aqui na Secretaria de Licenciamento estamos usando o GeoSampa para mapear e reunir informações e disponibilizá-las de forma gráfica”, explica Sylvia Regina Damião, assessora de geoprocessamento da Secretaria Municipal de Licenciamento, SEL. Segundo a assessora, o sistema também está sendo utilizado na atualização do BDT, um conjunto de informações que auxilia na análise dos processos de concessão de licenças. “O portal é um primeiro e importante passo para reunir essas informações e servir de subsídio para nosso trabalho. As pessoas não tinham nenhum instrumento antes dele, não tinham para onde olhar, mapa nenhum. Agora elas têm as informações disponíveis juntas. Isso é um grande avanço para melhorar nossos processos, é um começo. Para mim, o benefício é o de que o acesso às informações sobre loteamentos irregulares ficou mais fácil. Antes várias secretarias nos solicitavam layers sobre esses loteamentos, agora não pedem mais porque está lá disponível e com dados atualizados. Nós ajudamos a construir e estamos ajudando a alimentar o portal. É uma ferramenta que chegou para ficar”, define. 

Liliane Santos, do Departamento de Edificações da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, SIURB, revela que “aqui a gente faz a análise de viabilidade de terrenos para a implantação de todos os equipamentos da Prefeitura. Recebemos as solicitações das secretarias e fazemos uma avaliação da área para instalação desses equipamentos ou buscamos uma área adequada para isso. Essa análise preliminar é feita basicamente em cima do GeoSampa, a localização da área, o zoneamento”, diz. De acordo com Liliane, antes a SIURB utilizava o mapa digital da cidade, o MDC, mas era necessário buscar cada informação em um lugar diferente. “Isso agora a gente consegue fazer basicamente utilizando o GeoSampa. A ferramenta facilitou muito o nosso trabalho. Num programa a gente acha quase tudo. Sabemos que é um primeiro passo, mas sabemos também que o sistema é melhor do que o que tínhamos e tem boas possibilidades de melhoramentos e aplicação”, destaca. 

Para as arquitetas da Assessoria Técnica de Planejamento e Pesquisa da Secretaria Municipal de Habitação, SEHAB, Alexandra Aguiar Pedro e Christina Oteami Kitamura, o GeoSampa vem sendo muito utilizado pelos técnicos da Secretaria, principalmente depois da integração do GeoSP. “Como a gente mapeia comunidades, precisa verificar as áreas livres, se é espaço público ou não, então a primeira coisa que fazemos é olhar os croquis e as quadras fiscais para sabermos da titularidade dessas áreas ocupadas. Isso impulsionou os técnicos a descobrir o GeoSampa, porque com o GeoSP eles precisavam correr atrás dos dados. Economiza nosso tempo porque precisamos de dados de zoneamento, plano diretor, equipamentos públicos e essas layers (camadas) são muito importantes”, revela Alexandra. Já Christina destaca o fato de que “pra mim a vantagem mesmo é ter dentro de uma mesma plataforma várias camadas de dados de várias secretarias, com informações no mesmo local. O fato de estar tudo junto facilita o trabalho. O grande ganho foi este: unificar a informação”. Alexandra complementa: “O fato de o sistema estar hospedado na Prodam é mais uma vantagem, porque a tendência é que isso permaneça, que tenha continuidade. A gente acredita nisso e a capacidade de suporte da Prodam é maior do que a dos sistemas isolados que vínhamos usando. Isso é algo muito positivo”, aponta. 

120 camadas

 O processo de desenvolvimento do portal representa uma evolução e ampliação das informações do Mapa Digital da Cidade (MDC), que trazia um retrato da cidade de 2004, quando foi realizado o mapeamento digital do município. As informações do MDC foram migradas para banco de dados desenvolvidos em software livre e estruturadas de forma a viabilizar a integração com informações georreferenciadas de outros sistemas legados. Desta forma, as informações geográficas de cada secretaria foram agregadas ao mapa, como o zoneamento da cidade e a localização dos equipamentos urbanos (escolas, postos de saúde, assistência social). A princípio foram 120 camadas de informações unificadas para montar toda a base geográfica, devendo chegar a 160 nos próximos meses. 

Exemplo de parceria 

Para o Diretor de Relacionamento da Prodam, Sérgio Mauro Santos Filho, o sucesso do GeoSampa se deve em muito à forma como ele foi desenvolvido, um trabalho integrado e colaborativo entre os técnicos da SMDU e da Prodam. Sérgio Mauro considera que o sistema é um bom exemplo de trabalho conjunto entre um órgão da Prefeitura e a Prodam, de uma real parceria e não de uma simples relação cliente/fornecedor. “Desde o começo a SMDU deixou claro que queria participar do desenvolvimento, estar junto e isso foi muito bom, muito produtivo. Ela participou ativamente do desenvolvimento do projeto, coordenando a interface com os órgãos detentores das informações, articulando parcerias e colaboração com atores externos, mobilizando e treinando todos os interessados no uso da ferramenta, além de participar ativamente na concepção e estratégia de implantação de cada etapa do projeto”, destaca. “Esse é o tipo de relacionamento e parceria que a Prodam gostaria sempre de manter com todos os órgãos da administração pública”, complementa.