Cidade Tiradentes recebe primeiro laboratório de fabricação digital (Fab Lab)

Novidade está instalada no Centro de Formação Cultural. Outros três laboratórios já estão funcionando em fase de testes

Fotos: Assessoria de Imprensa/SES

O primeiro Laboratório de Fabricação Digital (Fab Lab) foi entregue nesta quinta-feira (17/12) no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, em cerimônia que contou com as presenças do prefeito Fernando Haddad, do Secretário de Serviços, Simão Pedro e do Coordenador de Conectividade e Convergência Digital, João Cassino. Os secretários Alexandre Padilha (Saúde), Marianne Pinotti (Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida) e Nabil Bonduki (Cultura) também estiveram na inauguração.

Agora, o espaço que possui biblioteca, laboratório de línguas, telecentro, sala de exposição e teatro, passa a contar com impressora 3D (impressão de objetos), fresadora (usada para cortes ou desbastes de madeira, plásticos, isopor etc), fresadora de precisão (capazes de produzir placas de circuitos eletrônicos), cortadora a laser (permitem cortes com precisão milimétrica) e cortadora de vinil (corta com precisão adesivos e papéis de gramaturas variadas), equipamentos que integram o Fab Lab.

Haddad falou sobre a amplitude do projeto, que estará em toda a cidade, e do impacto que trará aos usuários os laboratórios. “Nós estamos instalando a maior rede de laboratórios público de produção digital do país, com 12 Fab Labs, quatro em operação até o final deste ano, e isso vai mudar a cabeça da juventude, formando jovens inventivos e que aceitam desafios”, conclui o prefeito Fernando Haddad.

Os equipamentos destes laboratórios permitem a criação de um grande número de objetos como mobiliário, drones, robôs e próteses.O secretário Simão Pedro deu ênfase à estas potencialidades dos Laboratórios de Fabricação Digital, especialmente àquelas que podem melhorar a qualidade de vida de pessoa com mobilidade reduzida. “As possibilidades com estes espaços são infinitas, nós queremos ter esse direcionamento para tecnologias assistivas para permitir que pessoa que tem mobilidade reduzida tenham uma melhor qualidade de vida usando os equipamentos que serão produzidos aqui”, disse.

Antes de ser inaugurado, várias atividades foram desenvolvidas no CFCCT com o objetivo de demonstrar a capacidade desses laboratórios para a população, bem como para tirar dúvidas. Nessa fase, foram oferecidos cursos de curta duração em eletrônica, modelagem 2d/3D e programação.

Laboratórios de Fabricação Digital

Os 12 Laboratórios de Fabricação Digital estão divididos em duas categorias: a) grandes: Centro Cultural Cidade Tiradentes, CEU Heliópolis, Olido Cibermarium e Vila Itororó; b) minilaboratórios: Centro Cultural Casa da Memória, Centro Cultural da Juventude, Centro Cultural da Penha, Centro Cultural São Paulo, Centro Esportivo Tietê, Chácara do Jockey Club, Espaço São Luis e Espaço Vila Mara.



Os laboratórios Centro Cultural da Penha, Olido Cibernarium e Casa da Memória (Itaquera) já estão funcionando, em fase de testes, desde novembro, oferecendo cursos e oficinas à população. Até o final de março de 2016 os outros oito laboratórios serão inaugurados.

O convênio firmado com Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), selecionada por edital para a gestão dos 12 laboratórios, investirá R$ 9 milhões em um período de dois anos. Desse total, R$ 3,5 milhões serão utilizados em insumos, cursos de formação, capacitação de profissionais (recursos humanos) e comunicação. Outros R$ 2 milhões destinam-se à aquisição de equipamentos e ferramentas.

Palestra

Durante o evento, compôs-se uma mesa com pessoas ligadas à área de tecnologia com a participação de Sérgio Amadeu, professor adjunto da Universidade Federal do ABC, Gisela Domschke, mestre em Design de Comunicação, Caio Vassão, professor da FAAP, Paulo Fonseca, diretor do FAB LAB da Universidade de São Paulo e Eduardo Lopes, fundador do Garagem Fab Lab.



O professor Sérgio Amadeu, destacou que os conhecimentos criados no Fab Lab, além de lúdicos, não ficam contidos neste espaço. “A ideia de um laboratório onde as pessoas possam aprender e criar, e se divertir enquanto está aprendendo, esta ideia, de cultura e entretenimento, é o que alimenta os hackerspaces e Fab Labs no mundo, fugindo do conceito de que o saber está confinado nas universidades, é importante que pessoas se apropriem deste espaço para criar coisas, fazer com que o conhecimento se propague na comunidade”, disse.

Outra particularidade deste projeto, apontada por Eduardo Lopes, é a economia que cria-se quando equipamentos dos mais diversos tipos são feitos nas máquinas do Fab Lab. “No Garagem (Fab Lab) nós já fizemos uma laboratório de biotecnologia que custaria R$ 150 mil, nós fizemos por R$ 4 mil”, constatou.

Quando o projeto estiver concluído, em março do ano que vem, a cidade de São Paulo terá uma das maiores redes de Laboratórios de Fabricação Digital no mundo. “São Paulo passa a ser, de fato, uma Fab City, outros lugares já tentaram e não conseguiram, nós efetivamente, a partir de hoje, demos o primeiro passo para ter uma rede de laboratórios articulados numa das cidades mais importantes do mundo, afirmou Paulo Fonseca.