Lançado segundo Edital Redes e Ruas

Programa é uma parceria entre as Secretarias de Serviços, da Cultura e de Direitos Humanos e Cidadania. Também foi lançado livro sobre a primeira edição

A partir da avaliação das experiências do edital de 2015, que reuniu 59 iniciativas coletivas e individuais com o objetivo de fomentar a cultural digital em toda a cidade, as Secretarias Municipal de Serviços, de Cultura e de Direitos Humanos e Cidadania, lançaram nesta quinta-feira (17/03), em cerimônia realizada na Praça das Artes (Centro), a segunda edição do Edital Redes e Ruas.


O evento, que contou com a presença dos secretários Simão Pedro (Serviços), Nabil Bonduki (Cultura) e Eduardo Suplicy (Direitos Humanos e Cidadania) sucedeu ao lançamento do livro “Redes e Ruas – Inclusão, Cidadania e Cultura Digital”. Participaram também: João Cassino, coordenador da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital (CCCD), da Secretaria de Serviços; Marília Jahnel, coordenadora de Direito a Cidade, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania; Marisabel Lessi de Mello, do Núcleo de Fomentos Culturais e Linguagens, da Secretaria da Cultura; e Patrícia Freire de Almeida, do movimento Cultural Penha e do projeto “Patrimônio Cultural em Rede”, contemplado no primeiro edital.


Organizado pela Sampa.Org e Coletivo Digital, a publicação registra a primeira edição do programa, por meio de depoimentos das experiências de cada grupo, relevando as transformações no cotidiano das pessoas envolvidas pelas atividades. “O livro sintetiza a voz desses grupos e o projeto merece ser multiplicado, já que serve de exemplo para outros coletivos”, destacou Marisabel Lessi. “O Redes e Ruas contribui para democratizar a cultura digital, uma vez que procura se inserir em todas as camadas da sociedade”, acrescentou.


Segunda edição – O formato da segunda edição do programa, que tem a intenção de fortalecer o direito à cidade, a inclusão digital, a cidadania e a ocupação do espaço público pela cultura, foi apresentada pelo coordenador do CCCD, João Cassino. Ele destacou que para este ano serão destinados R$ 2,450 milhões entre 47 projetos selecionados nas áreas de Cultural Digital, Inclusão e Cidadania, divididos em quatro categorias:


• Robótica Livre e Internet das Coisas: terá até 15 projetos no valor de R$ 50 mil, abrange, por exemplo, a criação e aprimoramento de robôs e drones. Destinado a pessoas jurídicas;

• Midialivrismo: abrange, entre outros pontos, a criação coletiva de conteúdos analógicos e digitais para sites, produção de jornalismo comunitário, webrádio e desenvolvimento de games entre comunidades. Serão até 12 projetos no valor de R$ 50 mil, destinados a pessoas físicas e jurídicas;


• Intervenção Digital: compartilhamento e difusão de arte e cultura digital em espaços públicos. Serão até 15 projetos destinados a pessoas físicas e jurídicas no valor de R$ 50 mil;


• Formação em Rede:
focado em pontos de cultura, tem como objetivo criação de imagens e desenvolvimento de vídeos, uso da internet como ferramenta de aprendizagem, entre outros. Serão escolhidos até 5 projetos no valor de R$ 70 mil. Destinados a pessoas físicas e jurídicas.


As inscrições serão feitas exclusivamente pela Internet no período de 23 de março a 24 de abril. O edital completo poderá ser visualizado na página do Edital Redes e Ruas no Facebook (https://www.facebook.com/Edital-Redes-e-Ruas-940244289325611/?fref=ts).


Democratização dos espaços - “O Redes e Ruas se encaixa na preocupação que temos, o da ocupação das praças e democratização dos espaços públicos. Queremos ver as praças ocupadas com música, teatro e outras formas culturais. E isso está dando certo. Só o fato de colocarmos o WiFi Livre SP em alguns pontos, vimos, por meio de pesquisas da Universidade Federal do ABC, que os cidadãos passaram a ocupá-los com mais frequência”, enfatizou Simão Pedro.


Ainda para o secretário, o Redes e Ruas vem exercendo papel fundamental na democratização desses espaços. E acrescentou: “Com a implantação dos laboratórios de fabricação digital, os Fab Labs, o programa irá contribuir sobremaneira para essa política, uma vez que incentivarão as atividades na área da cultura digital, além de ampliar a criatividade, o empreendedorismo e a inovação”, ressaltou. “Daí entendermos ser vital a sua continuidade, já que oferecem a oportunidade aos moradores dos bairros periféricos de mostrar sua arte a outras comunidades”, concluiu.


De acordo com Nabil Bonduki, secretário de Cultura, o Edital Redes e Ruas, ao reunir três secretarias, revela que é possível trabalhar de forma integrada para atingir os anseios dos cidadãos. “O programa trabalha com diferentes formas de apropriação dos espaços urbanos, em que as diversas formas de artes dialogam entre si e com outros pares. Os exemplos reunidos no livro mostram o enorme potencial da cultura como elemento vital do processo de transformação da cidade”, destacou.


Ainda para Bonduki, o lançamento da segunda edição é importante porque cria o início de uma série, o que abre a perspectiva para que ele se torne parte da política cultural da cidade, e não fique apenas atrelado a uma gestão.


Ao destacar a importância do projeto para a cidade, o secretário Eduardo Suplicy (Direitos Humanos e Cidadania), ressaltou o direito à cidade, cujo maior desafio é a construção de cidades igualitárias. Para ele, as produções culturais, como as desenvolvidas pelos contemplados do Edital, simbolizam os valores dos direitos humanos na vida cotidiana dos cidadãos.