Prefeitura articula obras de água, esgoto e energia elétrica na Favela do Moinho

Sabesp iniciará obras de água e esgoto na comunidade em janeiro, com previsão de entrega em nove meses. Eletropaulo fará a instalação de energia elétrica em 180 dias, após apresentação de projeto e abertura de espaços no local para a estrutura

Fonte: SECOM

O prefeito Fernando Haddad visitou na tarde desta quinta-feira (14) a Favela do Moinho, no bairro dos Campos Elíseos e se reuniu com moradores da comunidade para apresentar um plano de obras de segurança e saúde. Após articulação da Prefeitura com as concessionárias, representantes da Sabesp e Eletropaulo se comprometeram a executar no início de 2015, obras para o fornecimento de água, captação de esgoto e instalação regular de energia elétrica no local.

A medida serve para evitar problemas sanitários para os moradores e diminuir os riscos de incêndios com curtos-circuitos. A comunidade, que fica nos baixos do viaduto Orlando Murgel, sofreu grandes incêndios em 2010 e 2012. “Essas obras mitigam esses problemas, porque não vai mais ter esgoto a céu aberto e vai para a rede coletora. Não vai ter mais gato, que é o que gera os incêndios nas favelas, que são as instalações elétricas precárias. Não dá para ser desse jeito e por isso, estamos correndo contra o relógio”, disse o prefeito.

De acordo com o superintendente da unidade Centro da Sabesp, Francisco Paracampos, o projeto para a rede de água e esgoto já está pronto, a obra deverá ser iniciada em 30 dias e o prazo para conclusão é de nove meses. Os projetos foram feitos em 2013, mas por conta do impasse sobre a titularidade do terreno, já superada formalmente, não pode ser executado.

 

“Do tempo que estivemos aqui, faz quase um ano, nós não ficamos parados. Fizemos o projeto com a instalação de água e esgoto. Hoje temos a condição de entrar em 30 dias fazendo obras e vamos precisar de paciência, porque obra de esgoto não tem milagre”, afirmou Paracampos.

“Em 30 dias, com certeza, começa e em oito ou nove meses, vocês vão ter uma vida um pouco melhor pelo menos no que tange água e esgoto”, disse.

A instalação de energia elétrica será feita por meio do Programa de Transformação de Consumidores em Clientes da Eletropaulo. Segundo o representante da diretoria comercial da Eletropaulo, Moisés Oliveira, o programa atende 2,5 milhões de pessoas de 640 mil famílias em 1,6 mil comunidades de 24 municípios. Antes da execução da obra, a empresa apresentará o projeto e requisitar a retirada de algumas casas, em acordo com a comunidade, para abrir espaços para a estrutura.

“A gente vai conversar com a secretaria para fazer essas remoções. O projeto da Eletropaulo é simples. A gente consegue atender em 180 dias no máximo todo mundo aqui desde que esteja definido quais as casas que irão sair”, afirmou. “Na segunda quinzena de janeiro, podemos apresentar o projeto para a Prefeitura”, disse Oliveira.

A reunião elucidou dúvidas dos moradores quanto ao futuro e presente na comunidade. “A reunião esclareceu o pessoal que estava preocupado e precisava saber o que realmente temos direitos, porque cada um falava uma coisa. Todo mundo tem direito a ter luz, água e esgoto, que é básico de todos”, afirmou a líder comunitária, Alessandra Moja Cunha.

 

Moradia
Além da articulação para as obras de mitigação, a Prefeitura também está trabalhando na solução definitiva do problema habitacional. De acordo com o secretário municipal da Habitação, José Floriano de Azevedo Marques Neto, está sendo construído um empreendimento na ponte dos Remédios, na zona norte, com a primeira fase com 350 apartamentos, sendo 190 já em obras, que serão entregues em 2015. No local, há a previsão total com outras fases de construção de 1.000 apartamentos, que poderão atender toda a comunidade.

Um cadastro único com questionários será feito para verificar os moradores que não querem mudar para a moradia definitiva por conta da distância da região central. Novas alternativas com prazos maiores serão estudadas para esse público. Atualmente, existem 362 pessoas vítimas dos incêndios da comunidade recebendo aluguel social. No total, 800 famílias foram cadastradas nos episódios de 2010 e 2012.

“Quando as obras começarem, nossa equipe social vai cadastrar a vontade de cada morador e vamos fazer uma planilha com quantas pessoas se interessam em ir para a Ponte dos Remédios e quantas não se interessam”, afirmou o secretário.

Com base no antigo cadastro da Prefeitura e listagem dos moradores, será feito um recadastramento único e definitivo para o atendimento habitacional das famílias do Moinho. “Há muita divergência de quem é efetivamente morador há muito tempo. Então, nos comprometemos até o final de janeiro, com a associação, validar o cadastro e registrar. É ele que valerá para a comunidade e para nós”, disse o prefeito.