Programa Mananciais atende 515 famílias atingidas pelas enchentes na zona sul

Por Graco Braz Peixoto


As demolições já começaram em algumas áreas de risco. Parques lineares serão instalados nos locais

A Superintendência de Habitação Popular (Habi), da Secretaria Municipal de Habitação, está atendendo famílias que moram em áreas de mananciais e que tiveram suas casas alagadas. Banhada por ambas as represas, Billings e Guarapiranga, a região de Capela do Socorro, que possui dez núcleos habitacionais sob intervenção do Programa Mananciais, no extremo sul da cidade, foi uma das mais prejudicadas com as chuvas e o aumento do nível das águas. Os bairros mais afetados foram o Favela 20, Jardim Brejinho e Jardim Noronha.

No caso do Favela 20, com 478 domicílios, Habi priorizou os casos mais graves, e foram cadastradas 191 famílias. Dessas, 132 já foram atendidas e estão recebendo Aluguel Social por seis meses, renovável até que a Prefeitura apresente uma solução habitacional definitiva. A previsão é que Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) cadastre e efetue o pagamento das outras 59 famílias ainda nesta semana.

“O trabalho com a 20 foi muito rápido porque toda a comunidade cooperou, as pessoas nos procuravam para dizer quais os moradores que tinham decidido pelo abandono da casa e aderido ao atendimento. Isso facilitou também o trabalho da Subprefeitura nas demolições”, comenta Eliane Madureira, assistente social da Habi. A área de remoção, ao longo das duas margens do córrego, será transformada em um parque linear, o que evita invasão e desempenha uma função importante como espaço de convívio para o lazer.

No Jardim Brejinho, a Superintendência também agiu rapidamente, tão logo as águas da represa alcançaram a área. Com 104 domicílios alagados, todas as casas foram imediatamente cadastradas em função do risco iminente. O pagamento do aluguel social às famílias transcorre durante esta semana e será concluído até sexta-feira (5/2). Assim que forem esvaziadas, as casas serão demolidas para dar lugar a outro parque linear.

No Jardim Noronha, o mesmo procedimento. Suas 220 casas já foram igualmente cadastradas; dessas, 66 receberam o auto de interdição e já mudaram para outros imóveis alugados na região. A previsão é que no máximo em 15 dias a desocupação total da área aconteça, para dar início às demolições. Ao final do trabalho de negociações, selagem da área, auto de interdição e pagamento, Sehab terá retirado 515 famílias de casas invadidas pelas águas até o fim desta semana.

No M’Boi Mirim, às margens da represa Guarapiranga, em outras áreas consideradas de risco, mais trabalhos de atendimento foram realizados. No Parque Novo Santo Amaro, em região de encosta com risco de desabamentos, foram removidas 48 famílias que estão recebendo o Auxílio-Aluguel. Já no Alto da Riviera B e Muriçoca, também áreas de encosta, o mapeamento já foi realizado e os cadastros começam essa semana. Cerca de 250 famílias vivem na região.

OBRAS COMPLEMENTARES

No bairro Cocaia, também na zona sul, o Programa Mananciais fez melhorias na infraestrutura subterrânea para aumentar o volume de vazão das águas que a região recebe. Lá, obras estão em curso para fazer o rebaixamento da calha do córrego Cocaia e acabar com as inundações que têm atingido a região. Para tanto, 39 famílias foram temporariamente removidas por motivo de segurança; elas voltarão para suas casas com o término das obras.

Com investimentos de aproximadamente R$ 900 milhões provenientes de parcerias entre Prefeitura, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), Sabesp e Governo Federal, o Programa envolve 81 áreas que compreendem as regiões de Capela do Socorro, M’Boi Mirim, Parelheiros e Cidade Ademar e passam por grandes adequações de infraestrutura urbana e saneamento básico que irão beneficiar mais de 60 mil famílias.