Sumô em São Paulo é esporte de ocidental

Conheça o perfil dos atletas desta modalidade de tradições orientais em São Paulo; cidade é dona do único ginásio exclusivo para a modalidade fora do Japão

Para qualquer leigo, pensar em sumô é pensar em cultura oriental e, principalmente, em feições e rostos japoneses. Mas quando o contexto envolve a cidade de São Paulo, estas características físicas não são regra entre os praticantes. O número de praticantes de famílias e traços japoneses é muito menor do que o número de não-orientais. “Quase não temos japoneses representando o Brasil no sumô. 95% dos atletas não tem nenhum descendente oriental. Para se ter uma ideia, no próximo campeonato mundial, que será realizado dias 27 e 28 de outubro, em Hong Kong, só teremos 2 lutadores descendentes em uma equipe de 16 atletas na delegação brasileira.” – explicou Issao, que complementa. “O motivo desse número foi o Decasségui, que começou nas décadas de 70 e 80.”

Decasségui significa “trabalhando/trabalhador fora de casa” e, neste caso, representou a ‘volta’ dos japoneses que vieram para o Brasil, junto a seus descendentes, para o Japão. Esse evento aconteceu porque os nipo-brasileiros estavam em busca de melhores condições de trabalho. Nesse período, faltavam atletas para lutar sumô e os japoneses que ficaram no Brasil começaram a convidar não descendentes para praticar o esporte. A partir daí o número de não orientais no sumô aumentou muito.
 

O sumô é um esporte em crescimento no Brasil, mas ainda é pouco conhecido por grande parcela da população. No país, a iniciação do atleta no sumô é feita geralmente na infância, entre os 6 e 8 anos. “A grande maioria começou a praticar o esporte através de campeonatos regionais. Temos muitos eventos no interior de São Paulo e neles são distribuídos mantimentos, mercadorias em geral como premiação. O pessoal participa em busca de 5 kg de arroz, açúcar, entre outros e começa a gostar do esporte e visar campeonatos maiores.” Nos contou Issao Kagohara, da Confederação Brasileira de Sumô.

Os atletas brasileiros do sumô ainda são pouco conhecidos, mas já conseguem grandes feitos no esporte. No último mundial da modalidade, na Polônia, Dorotéia da Costa conquistou a prata no individual juvenil, Natany Brizola foi bronze e, por equipes, as meninas brasileiras ficaram na 3ª colocação. “Vamos ficar de olho porque no próximo mundial temos grandes chances de superar esse número de medalhas.” Finalizou Issao Kagohara.

O Complexo Esportivo Cultural Brasil-Japão é o único local fora do território Japonês que possui um ginásio oficial de sumô. No dia 21 de julho, o Mie Nishi recebeu o 51º Campeonato Brasileiro e o 17º Campeonato Sul-Americano de sumô, que contou com a participação de mais de 300 atletas. O complexo também abriga o Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi, outra referência da colônia nipônica em São Paulo.


Texto:
Vanessa Dini - vdini@prefeitura.sp.gov.br
Foto:
Paulo Dias - psdias@prefeitura.sp.gov.br

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