Josiane: "Tudo que sei profissionalmente aprendi aqui"

Nossa entrevistada de hoje para a série “Essa é a Nossa Gente” é Josiane Vidigal, do CGPE

 Josiane de Almeida Vidigal, como ela mesma diz, é “caipira da cidade de Limeira” e nasceu para ser professora. De conversa fácil e muitas histórias para contar, nossa entrevistada de hoje se mostrava preocupada em falar até demais.Desde pequena, Josiane já sabia o que faria durante toda a vida. “Com certeza eu trabalharia como professora. Quando sai de Limeira, com 9 ou 10 anos, não olhava nos olhos das pessoas, mas São Paulo me transformou, abriu meu olhar para o mundo, passei a encarar os outros e acreditar em mim mesma. Sempre fui muito moleca ! Ainda novinha fazia coreografias com os coleguinhas do prédio onde morava. Um pouco depois adquiri o título do Nacional Clube e minha vida mudou ainda mais.”

No Clube, Josiane atuava como gandula do time feminino de vôlei. “Adorava ver as meninas jogarem bola. Sempre digo que vivo para servir e ajudar e desde essa época me contentava em participar, mesmo que de fora das quadras.” Mas isso não durou muito. Uma das jogadoras faltou a um treino e o técnico, que já conhecia Josi, a colocou para jogar. “E foi ai que tudo começou. Fui parar na seleção paulista de vôlei, onde era conhecida como a ‘formiga atômica’, porque participava de todas as jogadas, brigava por todas as bolas.”

Então, no começo da década de 80, Josiane entrou na faculdade de Educação Física. “Na época só existiam cinco faculdades do meu curso. Prestei vestibular para as cinco e só não passei na USP. Escolhi São Caetano do Sul porque foi o único lugar com prova prática. Para conseguir pagar o curso, trabalhei com animação de festas infantis.”

Enquanto fazia faculdade, Josi não deixou o vôlei de lado: “Consegui empregos por causa do vôlei. Joguei pela Eletropaulo, onde aprendi muitas coisas legais, pelo Hospital Matarazzo e no time dos Frigoríficos Bordon. Também fui treinadora (a única mulher) de 25 padres, na Universidade Paulo VI.”

Em 1983, Josiane recebeu duas propostas. “A USP me chamou para estudar lá e ao mesmo tempo a SEME tinha uma vaga de estágio. Como precisava ajudar minha mãe financeiramente e o curso da USP tinha muitas janelas, o que me faria ficar o dia todo lá, optei pela Secretaria de Esportes.”

Na SEME, Josi começou a trabalhar no Centro Educacional e Esportivo da Freguesia do Ó, onde ficou durante alguns anos. “Fazia de tudo . Dava aulas de vôlei, ginástica, judô, às vezes várias salas ao mesmo tempo.” Depois, Josi se transferiu para o Centro Educacional Esportivo Oswaldo Brandão, na Brasilândia. “Aprendi muito na Brasilândia, foi especial. Trabalhei lá durante 19 anos. Era um nome que assustava a todos, que só conheciam as situações violentas do bairro e meu objetivo sempre foi mudar essa imagem.”

Josiane se emocionou ao lembrar essa época. “Tenho três filhos e quando eles nasceram eu poderia ter tirado quatro meses de licença, mas não o fiz. Ficava um mês em casa e voltava ao trabalho. Também ia às segundas-feiras, mesmo com o Clube fechado. Sempre buscava dar aulas diferentes e tinha um carinho especial com as crianças excepcionais e idosos.”

E há sete anos Josi está no CGPE (Coordenadoria de Gestão de Políticas Públicas e Programas de Esporte e Lazer). “Vim para cá por indicação da Cíntia Gaidzakian, colega que cresceu comigo dentro da SEME. Relutei um pouco porque gosto mesmo é de dar aulas, mas aceitei e estou aqui como admitida até hoje. Foi neste lugar que adquiri vivência, novas experiências, além de evoluir profissionalmente. Me sinto uma velhinha de vinte anos, cuido dos estagiários, dou broncas, mas sempre com amor.”

Josi também fez cursos de acampamento e sobrevivência, é massagista e reflexologista, habilitada em ginástica localizada e problemas posturais. Ela sempre buscou se especializar em seu público alvo que são crianças com deficiências ou mobilidade reduzida e idosos. Para o futuro, Josiane pretende voltar a dar aulas e deixar de lado o serviço interno. “Gosto mesmo é do palco, de dançar, ver gente, ajudar.”

Nas horas livres, Josi gosta de curtir os três filhos e o marido, que considera seu melhor amigo. “Mas fico muito pouco em casa, basicamente vou lá para dormir e cumprir os serviços de dona de casa. E aos finais de semana frequento a igreja mórmon da qual sou devota (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). Mas preciso voltar a praticar exercícios, sinto muita falta. Tive alguns problemas de saúde que me deixaram impossibilitada, mas agora estou melhorando e não vejo a hora de voltar à ativa.”

“A SEME é como uma mãe para mim, ela me deu a oportunidade de trabalhar e constituir família. Tudo que sei profissionalmente e em nível de treinamento aprendi aqui.” Josi complementa.

Josiane de Almeida Vidigal mostra para todos o que é realmente ser professora. Ela leva o trabalho muito a sério e a Secretaria de Esportes só tem a agradecer por tantos serviços prestados. Josi também faz parte da nossa família, a Família SEME.

Texto:
Vanessa Dini - vdini@prefeitura.sp.gov.br
Foto:
Paulo Gervino - pantar@prefeitura.sp.gov.br

Quer receber notícias semanais da Secretaria de Esportes no seu e-mail? Escreva para o contato acima e nós teremos o prazer de incluí-lo em nosso mailing