Dedicação e disciplina são as chaves para o sucesso no esporte

Boxeadora formada no COTP conquista mais um título brasileiro, dá dicas para quem está no começo e mira Rio-2016

Qual o destino de um atleta que se dedica aos treinos de segunda a sábado, no período da manhã e da tarde e, aliado a tudo isso, dispõe de uma estrutura que é referência na modalidade? No caso de Andreia Bandeira, 27, o destino foi o topo do boxe feminino no Brasil. A atleta ganhou nesse último fim de semana o seu 8º título do Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino Elite. Detalhe: das 13 edições realizadas pela Confederação Brasileira de Boxe, a campeã participou de 10.

Revelada pelo Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), passou sua adolescência nas ruas do Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, e mudou recentemente da categoria até 81 kg – Meio Pesado para a categoria até 75 kg – Médio com a intenção de disputar as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Para isso, disputará o Mundial no começo do ano que vem, ainda sem data e local definidos. “Ano passado eu disputei o Mundial, foi pela categoria 81 kg. Pelo que vejo, o nível das atletas está bem equilibrado, mas o que vai valer em cima do ringue é a experiência e a calma. Se ficar ansioso, perde um pouco a noção”, analisa ela.

Todo esse sucesso e expectativa por uma boa colocação no Mundial, além do talento de Andreia, contam com a experiência do professor Messias, 60. No COTP desde 1974, começou como aluno, mas dá aulas desde 1981 e não esconde o orgulho que tem da estrutura oferecida para os atletas. “O trabalho aqui é diferenciado. Você tem todos os recursos, é o melhor local que se tem para trabalhar em relação ao esporte olímpico. É feito também um trabalho social em cima do aluno com médico, dentista, psicólogo. Tudo isso contribui para a formação do atleta”.

Andreia também reconhece a importância do Centro Olímpico e do professor Messias em sua vida. “É a minha segunda casa, eu cresci aqui. E o Messias é meu pai, meu psicólogo, meu amigo. A cada dia mais que passa, quanto mais profundamente conheço ele, vejo que ele é um pequeno grande homem”, conta ela de forma descontraída. E foi assim que Andreia conversou durante toda a entrevista. O semblante e a voz só ficaram sérios em dois momentos: quando ela se lembrou da lesão que a afastou do ringue por um ano, em 2010, e ao imaginar o que teria sido da sua vida sem o boxe. “O esporte em geral educa. Se não fosse ele, provavelmente estaria na rua usando drogas, porque a gente sabe como são as coisas na periferia. O meu futuro era crime, droga, não ia chegar longe”.

E se você pensa que a nossa campeã se dá por satisfeita de treinar de segunda a sábado, está enganado. Ela revela que aos domingos costuma andar de bicicleta ou fazer caminhadas, mesmo que seja por lazer. É uma forma de aprimorar o físico e faz parte de uma importante virtude que, segundo ela, todo atleta deveria ter, que é a disciplina, além do respeito e a educação. “Sem isso, você não evolui”, afirma Andreia, que ainda confessa ter aprendido muito no começo só de prestar atenção no modo que os mais experientes lutavam. Fica a dica e o exemplo para quem deseja ser o melhor no que faz.

Texto: Guilherme Guidetti - gguidetti@prefeitura.sp.gov.br
Fotos: William Barbosa - wpsbarbosa@prefeitura.sp.gov.br
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