Goalball melhora qualidade de vida dos deficientes visuais

Modalidade é oferecida pelo Centro Esportivo Mooca

O som do apito seguido da palavra “play” sinaliza que o jogo-treino começou. Na quadra, seis jogadores aprimoram suas habilidades no goalball, esporte voltado para cegos e pessoas com baixa visão. A atividade é oferecida pelo Centro Esportivo Mooca duas vezes por semana.

A turma dirigida pela professora Gilda Teixeira desde o início do ano reúne diferentes histórias de vida. Dois desses exemplos são os irmãos William e Vanessa, que foram adotados pela aposentada Odete Silva. Os dois estudantes nasceram com catarata congênita e atualmente têm baixa visão. A mãe adotiva contou um pouco sobre a trajetória destes praticantes de goalball: “Antes eles estudavam em uma escola de inclusão do Estado, então a Educação Física, para eles, era constituída por atividades tradicionais. Os dois não conheciam o esporte para deficientes. Quando eles foram para o Instituto de Cegos Padre Chico, eles tiveram contato com o goalball e, através da Associação CESEC, passaram a treinar a modalidade”, relata Odete.

O bom desempenho de Vanessa rendeu a ela uma vaga na equipe paranaense das Paralimpíadas Escolares. Orgulhosa, Odete fala dos benefícios que o esporte trouxe para a garota e o irmão: “O esporte, em todas as categorias, traz disciplina, ensina o jovem a ter autoestima, a se valorizar. Isso é ainda mais forte para o deficiente visual. Eles começam a ter outra postura. A prática do esporte é o incentivo ideal para eles”, comenta. Vanessa confirma a opinião da mãe: “Esse esporte trouxe muita saúde para mim”, conta a garota de 16 anos.

Novos caminhos

Através da internet, outra atleta do Centro Esportivo Mooca conheceu o goalball: “A oportunidade de praticar o esporte e a socialização com outros deficientes visuais foi o que me atraiu a princípio nesse esporte”, lembra Ângela de Souza, que pratica essa modalidade há um ano e meio. Destaque da equipe da Mooca, Ângela enumera os benefícios trazidos pelo goalball para sua vida: “ganhei mais coordenação motora, orientação espacial, segurança, mobilidade e confiança.”

Nas arquibancadas, um deficiente visual assistia ao jogo. Através do som emitido pelos guizos da bola de goalball, Stevan dos Santos conseguia descrever perfeitamente as jogadas. O espectador estava acompanhando uma amiga que foi ao treino, mas também aproveitou para relembrar seus momentos como jogador de goalball: “Parei de jogar por causa dos estudos, pois minha rotina tinha ficado muito corrida. Esse esporte melhora a percepção, ajuda o praticante a se comunicar melhor e aumenta a autoestima. No meu caso, tudo isso me ajudou no mercado de trabalho”, conta o locutor comercial. Stevan praticou goalball de 2004 a 2009.

A professora Gilda Teixeira ressalta os três principais aspectos dessa modalidade: “os treinos e a preparação física promovem saúde. Além disso, o goalball ajuda o deficiente visual a se inserir na sociedade, além de trazer-lhes novos desafios, representados pelos campeonatos”, sintetiza.

Como jogar

O jogo conta com três jogadores de cada lado da quadra: um pivô, um ala-esquerda e um ala-direita. A bola é lançada de forma rasteira por uma equipe. Enquanto isso, os adversários ficam deitados e tentam barrar a jogada, impedindo que a jogada seja convertida em gol. No interior da bola, que é parecida com a de basquete, há um guizo que emite sons para que os atletas saibam sua direção.

Conheça mais sobre o goalball

Texto e fotos:

Juliana Salles - jsalles@prefeitura.sp.gov.br

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