Skate em espaços públicos Municipais

Entre parques, CEUs e demais áreas, a Prefeitura oferece atualmente 39 pistas de skate, presentes nas cinco zonas da cidade de São Paulo. Além disso, há outros locais com grande potencial para a prática desse esporte. Um exemplo disso é o Clube Riyuso Ogawa, localizado na Vila Guarani, zona sul.

Tudo começou com uma reforma do piso da entrada do clube, feita em 2011. Procurando expandir as opções esportivas para os frequentadores, José Carlos Faraj, coordenador do clube, reservou um terreno com aproximadamente 60m² e repleto de desníveis para a diversão dos skatistas. Apesar de adaptado, o espaço faz sucesso entre os praticantes do esporte.

Felipe Chammas foi um dos atraídos pela iniciativa. O skatista de 16 anos entrou em contato com a modalidade há quatro anos, convidado por um amigo. Ao descobrir o espaço para o skate na Vila Guarani, passou a frequentá-lo. Dentro do esporte, Chammas, que sempre contou com o apoio da família, projeta seu futuro: “Minha meta é sempre evoluir, conquistar cada dia mais um espaço no mundo do skate, ser reconhecido, competir campeonatos internacionais... Pretendo seguir na carreira.” Atualmente, Felipe leva o skate para a escola e vai para a Vila Guarani assim que as aulas terminam.

Embasado pelo respeito mútuo, o relacionamento entre skatistas e coordenadoria é excelente. Faraj declara-se um verdadeiro entusiasta do esporte: “Para mim é alegria o dia inteiro. Daqui a pouquinho também vou andar de skate”, explica Faraj sorrindo. O coordenador do CEE Riyuso Ogawa chega a receber a colaboração dos praticantes de skate em eventos do clube municipal.

José Carlos Faraj e Felipe Chammas acreditam que projetos como esse têm potencial para espalhar-se pela cidade. Para o coordenador, os clubes municipais são bons espaços para a prática do skate. Para que isso ocorra, os elementos principais são respeito e cursos para quem ainda não teve essa experiência. Além disso, Faraj dá uma dica importante para os frequentadores e outras pessoas ligadas aos clubes: "devemos tratar os skatistas com a mesma importância de um jogador de futebol e de outras modalidades."

Além do Riyuso Ogawa, outros quatro clubes esportivos municipais oferecem espaços adaptados para a prática do skate: Vicente Ítalo Feola (Vila Manchester) e Balneário Princesa Isabel (Vila Carioca), na zona leste, e Brigadeiro Eduardo Gomes (Taipas, zona norte). O clube esportivo municipal Gerdy Gomes, localizado em Guaianases, zona leste, conta com uma pista de skate. Existem ainda CDCs que possuem espaços para o skate.

O coordenador de Esportes Radicais da Secretaria de Esportes, Dárcio França, comentou sobre a importância de espaços para o skate dentro dos clubes municipais. “Uma iniciativa como a do Riyuso Ogawa é uma solução que pode ser considerada um primeiro passo. Existem problemas com skatistas andando nas ruas, causando acidente para eles próprios e também para terceiros. Essa é uma forma inicial de evitar isso”, declarou França.

A coordenadoria de Esportes Radicais já tem estratégias traçadas para aumentar os espaços para o skate em São Paulo. Segundo Dárcio França, o primeiro passo é reformar pistas já existentes e identificar locais com concentração de participantes. Além disso, França destaca a comunicação direta com os skatistas e o compartilhamento de informações a respeito da utilização adequada dos espaços. “Isso é necessário para que as pistas não tenham problemas com drogas, por exemplo”.

11 anos de difusão

A Secretária de Esportes, Lazer e Recreação realiza o maior evento amador da modalidade do país, a Copa Sampa Skate. O campeonato chega a sua 11ª edição em 2013 e é a principal ferramenta de incentivo à prática amadora do esporte.

Tudo começou em 2003, quando a Prefeitura decidiu construir 39 pistas espalhadas pela periferia de São Paulo e utilizar a competição como a principal atividade organizadora para o uso desses locais. Desde 2006, o Sampa Skate é o maior campeonato de skate amador do país, tanto em importância como em número de competidores.

Para incentivar os talentos do skate a prosseguirem nos estudos, a competição eliminou premiações em forma de bens de consumo desde 2005. Na edição atual, os cinco melhores colocados no top 40 ganharam notebooks. Em temporadas anteriores, os vencedores já ganharam bolsas de estudo, por exemplo.

O ano de 2013 será a segunda temporada com a presença dos juniores. O nível foi criado para incentivar crianças e outros iniciantes no mundo do skate. Com isso, é possível disseminar a prática do skate em comunidades espalhadas por São Paulo: “Através do Sampa Skate, muitas pessoas passam a saber que têm o direito de utilizar aquele espaço.”, afirmou Márcio Tanabe, coordenador da competição.

A competição possui tanta importância que acabou virando objeto de estudo para um Mestrado em Antropologia na Universidade de São Paulo (USP). Na pesquisa, o atualmente doutor em Antropologia Giancarlo Machado constatou que todos os skatistas entrevistados para seu trabalho acadêmico elogiaram a competição, citando diferentes aspectos como sociabilidade, oportunidades surgidas após a participação no circuito e o incentivo para novas gerações.

O Programa “Virando o Jogo” também conta com aulas de Skate. O projeto também serve para amenizar a situação de pessoas que vivem em zona de vulnerabilidade social. É possível encontrar atividades no Centro Comunitário Águas Espraiadas (bairro do Jardim Aeroporto, zona sul) e no Largo Coração de Jesus (bairro da Nova Luz, centro).

Texto:

Juliana Salles - jsalles@prefeitura.sp.gov.br

Fotos: Arquivo SEME

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