No ritmo do samba, Multirão Cultural na Luz marca lançamento do Cidadania Rodante

Atividades aconteceram ao longo do sábado (24/10), reunindo artistas, gestores do projeto e comunidade local

O projeto Cidadania Rodante iniciou uma nova etapa de atuação da Prefeitura de São Paulo na região da Luz. Neste sábado (24/10), diversas atividades culturais marcaram o lançamento da parceria estabelecida entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e Associação Sabiá para promover a cidadania e ressignificar as relações da comunidade local com o bairro. O encontro aconteceu durante o terceiro Mutirão Cultural organizado desde o início da parceria, em agosto de 2015. A iniciativa envolve moradores, comerciantes e estudantes da região, frequentadores do “fluxo”, pessoas em situação de rua e participantes do programa De Braços Abertos.

Roda de capoeira com Mestre Baiano

Ao longo do dia, moradores da região acompanharam e participaram ativamente das atividades propostas. A partir das 10h, todos foram convidados para a roda de capoeira com o Mestre Baiano. Neste mesmo horário, diversas ações simultâneas ocuparam as ruas da Luz, como a oficina comunitária de bicicleta com o Aromeiazero, as atividades de leitura do Ônibus-Biblioteca, a construção coletiva de hortas urbanas, entre outras 10 atividades. Tudo ao som do DJ Clerouak e no ritmo da bateria Coração Valente, que se apresentou ao lado de um convidado especial: Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.

Suplicy acompanhou as atividades do Mutirão Cultural e aproveitou para caminhar pelas ruas da Luz recebendo as demandas da população local. “É importante que estas pessoas sintam que a cidade de São Paulo é sua casa. Onde eles possam ter o direito à cultura e à possibilidade de se desenvolver”, afirmou o secretário.

Eduardo Suplicy e comunidade local, ao som da bateria Coração Valente

Com o convênio assinado, a nova fase do projeto pretende solidificar as atividades que foram bem recebidas pela comunidade local durante o projeto-piloto desenvolvido entre junho de 2013 e março de 2014, pela SMDHC junto com o coletivo casadalapa. Entre elas, as sessões de cinema do CineLuz, a Roça Urbana e as intervenções culturais nas ruas.

“Das várias coisas que testamos, escolhemos estas atividades, como o jornal mural e lambe-lambe, que é uma literatura de muro. Os moradores percebem e comentam quando a gente cola um texto novo. É um jeito de chamar a atenção deles e trocar uma ideia. A grande sacada é misturar todo mundo, é fazer uma política de vizinhança”, defende Julio Dojcsar, gestor do projeto.

Jornal Mural. Foto: Cidadania Rodante

Para Marília Jahnel, coordenadora de Promoção do Direito à Cidade da SMDHC, o mérito do programa é olhar para a Luz como um bairro, e não sob o estigma da Cracolândia. “É reconhecer que há uma vida de bairro aqui. O projeto [Cidadania Rodante] chega para entender e mapear o que já existe aqui e estimular a interação das pessoas, para que elas também se reconheçam [neste espaço]. Daí a importância de fazer essas ações na rua, que é onde as diferentes pessoas se encontram.”

 

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