Atos em São Paulo marcam 11 anos do massacre na Praça da Sé

Suplicy anuncia criação de cooperativas e inauguração de centros voltados à economia solidária para população em situação de rua

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) organiza uma série de ações para homenagear sete moradores em situação de rua que foram vítimas do assassinato que ficou conhecido como massacre na Praça da Sé, em 2004. Os atos reafirmam o compromisso com as políticas públicas para essa população, desenvolvidas até aqui, e marcam o Dia Nacional de Luta da População de Rua.

A primeira ação ocorreu nesta manhã, (19/8), no viaduto do Glicério, onde o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, e o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, anunciaram o vencedor do concurso do Marco em Respeito à População em Situação de Rua.

Luana Bottini, coordenadora de Políticas para População em Situação de Rua, o secretário Eduardo Suplicy, Deverson Max das Dores e o secretário Nabil Bonduki

Deverson Max das Dores, de 20 anos, teve o seu trabalho escolhido pela comissão julgadora e sua obra será gravada no marco zero da cidade. “É uma honra, um reconhecimento e um incentivo para eu continuar fazendo o que eu sei fazer melhor”, definiu o jovem que está em situação de rua e vive, atualmente, no Centro de Acolhida Lajeado, na região de Guainazes. Veja aqui o perfil de Deverson Max das Dores.

Plateia no anúncio do vencedor do concurso do Marco em Respeito à População em Situação de Rua

O padre Júlio Lancellotti também esteve presente no ato e pediu a ampliação do diálogo junto aos moradores e o fim dos abusos sofridos por esta população. Os pedidos foram ouvidos pelo inspetor geral da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Euclides Conradim, que se comprometeu a investigar as práticas de repressão e salientou a importância das denúncias aos órgãos competentes. “Vamos levar essas falas e reivindicações que estamos recebendo para os coordenadores dos Centros de Formação”, afirmou.

O encontro seguiu com a realização do Diálogo PopRua 2015, onde os participantes levantaram as principais demandas para o Plano Municipal da Política da População em Situação de Rua.


Ato na Sé - À tarde, a movimentação ocupou a Praça da Sé e foi acompanhada pelo secretário Eduardo Suplicy e pela coordenadora de Políticas para População em Situação de Rua da SMDHC, Luana Bottini.

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, durante ato na Sé

Em conversa com moradores em situação de rua, Suplicy anunciou a criação de cooperativas e centros de estímulo a formas de economia solidária para fortalecer a mão de obra da população que vive nas ruas. Segundo o secretário, a ideia é que “os próprios moradores organizem suas cooperativas e se preparem para participar no processo de construção de suas moradias”. Além das medidas citadas por Suplicy, Luana Bottini afirmou que a Secretaria está em diálogo com mais de 30 empresas, para possibilitar a abertura de novas vagas de emprego aos moradores.

As ações continuam ao longo da semana e, para relembrar e conscientizar a população sobre o massacre ocorrido há 11 anos, a Praça da Sé receberá iluminação especial, em tom avermelhado.