Diálogo com pessoas em situação de rua marca os nove anos do Massacre da Sé

O primeiro #DialogoSPDH/PopRua aconteceu nesta segunda-feira, dia 19, na Praça da Sé, com o objetivo de dar voz às pessoas que vivem nas ruas. Data e local foram escolhidos em memória aos mortos no massacre, ocorrido em 2004

Secretário Rogério Sottili ouve a população em situação de rua

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) realizou na tarde desta segunda-feira o primeiro #DialogoSPDH com a população em situação de rua. O diálogo foi realizado em plena Praça da Sé, no dia em que são lembrados os nove anos do Massacre da Sé, ocasião em que oito pessoas que viviam na praça foram assassinadas.

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Os DiálogosSPDH têm sido feitos com diferentes segmentos da sociedade desde o começo do ano, sendo um canal direto de participação social e de diálogo entre a população, entidades civis e o governo municipal (leia mais aqui). "Poderíamos fazer essa reunião em qualquer gabinete da Prefeitura, mas estamos aqui, em praça pública, para lembrar o Massacre da Sé e ouvir o que vocês pensam sobre o papel da nossa administração", disse o secretário Rogério Sottili ao público de cerca de 500 pessoas em situação de rua.

Durante o encontro, Sottili destacou a importância da participação da população em situação de rua na elaboração das políticas públicas para atender suas necessidades. "Ninguém melhor do que vocês para saber das respostas que temos que dar." Ao falar com os moradores em situação de rua, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania reconheceu que os quatro anos de mandato não serão suficientes para resolver todos os problemas, mas se comprometeu a fazer muito mais do que já foi feito até hoje. "O povo da rua não precisa de esmola, precisa de justiça. Justiça, educação, moradia e cultura, todos os direitos de qualquer outro cidadão", afirmou.

Sottili reforçou as ações já realizadas nos primeiros oito meses de gestão, como a criação do Comitê Intersetorial de Políticas para População em Situação de Rua, o início da capacitação profissional por meio do Pronatec, a Operação Baixas Temperaturas, a nova formação humanista da Guarda Civil Metropolitana e a inclusão de duas mil moradias específicas para esse público como parte da meta de habitação do prefeito Fernando Haddad.

A iniciativa de diálogo da SMDHC foi saudada pelo líder do Movimento Nacional de Luta da População em Situação de Rua, Anderson Lopes, que enfatizou a importância da presença do secretário na praça para ouvir o movimento. "Esse é o diálogo do povo da rua com a Prefeitura de São Paulo. É a hora de dizer o que queremos", disse Anderson Lopes.

Mais de 30 pessoas puderam expressar suas demandas. Entre as principais reivindicações estão o direito à moradia, a oportunidade de emprego, acesso à saúde pública e o fim da violência policial. "Ninguém tira ninguém de lugar nenhum. Devemos criar as oportunidades", afirmou Luana Bottini, coordenadora de Políticas para Pessoas em Situação de Rua, da SMDHC. Luana anunciou que em 2014, na mesma data, será inaugurado um monumento em memória aos dez anos do Massacre da Sé. "Para que nunca nos esqueçamos e para que nunca se repita", disse a coordenadora.

Também participou do diálogo o subprefeito da Sé, Marcos Barreto.

 

Fotos: Eduardo Ogata/Subprefeitura Sé