Na Virada Cultural, SMDHC participa de ação para reduzir danos aos que usam substâncias psicoativas

Projeto intersecretarial, comandado pela Secretaria Municipal de Saúde, visa estimular o autocuidado no uso de substâncias psicoativas

 

Com o objetivo de minimizar os agravos, alertar e orientar aqueles que não querem ou não conseguem se privar do uso de substâncias psicoativas, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) participou de ação em conjunto com as secretarias municipais de Saúde (SMS), Cultura (SMC) e Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), que montou três tendas de redução de danos na 12ª edição da Virada Cultural no último fim de semana.

 

Foto: Edson Hatakeyama

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula, falou sobre o ineditismo dessa ação na Virada Cultural e da importância do trabalho. “É a primeira vez que essa ação é feita na Virada Cultural de São Paulo. Importante trazer o tema para a cidade, para fazer uma discussão efetiva sobre a redução de danos, sobre a proteção das pessoas e, fundamentalmente, estimular o autocuidado. É fundamental fazer com que as pessoas que fazem uso dessas substâncias cuidem-se, bebam água, consigam se tratar durante o uso para que não tenham problemas adicionais à saúde”, explicou.

Alexandre Padilha, secretário municipal da Saúde, visitou a tenda da Praça Júlio Prestes e acompanhou o trabalho dos profissionais que atuam diretamente na redução de danos e na distribuição de materiais educativos. “Estamos aqui para garantir condições, orientações, suporte e cuidado para que as pessoas curtam a Virada de uma forma segura e aproveitem ao máximo essa expressão artística da nossa cidade e não tenham nenhum dano para a saúde. Estamos aqui na orientação, respeitando os direitos humanos, respeitando as opções do indivíduo, dando suporte para que ele possa curtir da melhor forma a nossa Virada Cultural”, disse.

Para a articuladora do Programa De Braços Abertos da SMS, Lumena Furtado, essa ação representa uma oportunidade de ficar mais perto das pessoas que possam fazer uso abusivo de álcool e outras drogas. “Podemos apresentar informação a respeito da droga que ela está usando e que tipo de ação ela pode fazer para reduzir danos. Ao mesmo tempo, também oferecer água e bala de caramelo, como uma oportunidade de estar junto com a cidade, junto com as pessoas, buscando aprofundar nosso trabalho na Prefeitura que é a redução de danos”, explicou Lumena.

Redução de danos

A redução de danos é uma estratégia da Política Municipal de Álcool e Drogas, numa ação que segue linhas preconizadas pelo Ministério da Saúde e também pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é diminuir o risco do manuseio dos meios para utilização das substâncias psicoativas, como o compartilhamento de cachimbos e canudos para o consumo de crack/cocaína, seringas e agulhas ou até mesmo nas práticas sexuais.

 

 

A assessora de Políticas Públicas sobre Drogas da SMDHC, Maria Angélica de Castro, esclareceu que as primeiras iniciativas de redução de danos no Brasil sugiram em 1988, em Santos (litoral de São Paulo), devido à intensificação da transmissão do vírus do HIV. Maria Angélica também falou sobre os objetivos dessa ação intersecretarial. “O intuito é estimular o autocuidado e a reflexão entre as pessoas que fazem uso de quaisquer substâncias, desde o álcool até outras drogas ilícitas. É muito importante que a gente tenha, em festividades municipais, esse tipo de cuidado e de atenção às pessoas”, afirmou.

 

A agente de saúde do Consultório na Rua do Campos Elíseos, Fabiana de Oliveira, de 35 anos trabalhou na tenda de Redução de Danos na Virada Cultural. Ela percebeu que muitas pessoas ficaram surpresas com a ação e outras não conheciam o política de redução de danos. “Muitas pessoas pararam para me parabenizar pela preocupação, pelo trabalho, pela iniciativa da prefeitura. Já outros grupos não conheciam o trabalho de redução de danos e ficaram surpresos“, afirmou Fabiana