Prefeitura abre portas de equipamentos esportivos da cidade para os refugiados

 

Em solenidade nesta quarta-feira (20), Dia Mundial do Refugiado, foi lançada mais uma iniciativa da Prefeitura Municipal de São Paulo em benefício de pessoas de várias nacionalidades que tiveram de deixar seus países de origem, para fugir de conflitos, perseguições e violações de direitos humanos. O Programa Clube Amigo Refugiado da Secretaria Municipal de Esportes vai abrir para esse público as portas de 46 equipamentos esportivos do município.

O prefeito Bruno Covas autorizou a assinatura do convênio com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), parceira do programa. O convênio foi assinado pelo secretário municipal de Esportes, Jorge Damião, tendo como testemunha a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, pasta que trabalha em conjunto com a agência no processo de interiorização de imigrantes venezuelanos e em outras iniciativas voltadas a refugiados.

"Este programa é uma forma de integrar e acolher melhor os refugiados por meio do esporte na cidade, que já oferece uma série de iniciativas e é pioneira nesse tema. São Paulo se orgulha de ter sido construída por inúmeros imigrantes que para cá vieram e transformaram a cidade na força e na pujança econômica que é hoje e nada mais justo do que acolhermos essas pessoas num momento de dificuldades", disse o prefeito Bruno Covas.

Para o secretário municipal de Esporte Jorge Damião a iniciativa, além de beneficiar os refugiados, vai permitir a desburocratização do acesso aos clubes, que passam a aceitar também os documentos das pessoas que estão no país já regularizadas ou em processo de regularização. Para tirar a carteirinha de acesso e poder aproveitar o espaço, basta apresentar o Documento Provisório de Registro Nacional Migratório, o Protocolo de Solicitação de Refúgio ou a Carteira de Registro Nacional Migratório.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, lembrou que os imigrantes e refugiados que chegam à nossa cidade têm entre as suas reivindicações o lazer e o esporte. “Eles são bem recebidos, acolhidos nos nossos equipamentos públicos, atendidos pelo CRAI (Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes), participam dos cursos de Português e agora têm uma opção de esporte e lazer”.

A implantação do programa acontecerá de forma gradativa até atingir todos os 46 equipamentos esportivos da Secretaria Municipal de Esportes localizados em regiões prioritárias como Sé, Itaquera, Penha, Mooca, Vila Prudente, Aricanduva, Vila Formosa e Carrão. As outras regiões devem receber o programa posteriormente.

Os funcionários dos clubes passarão por treinamento e capacitação para promover a rápida adaptação das pessoas refugiadas. Os equipamentos receberão, por exemplo, placas com mensagens de boas-vindas em cinco idiomas: português, inglês, francês, espanhol e árabe.

Os 46 centros esportivos da Secretaria contam com a estrutura de campos de futebol, ginásios esportivos, quadras poliesportivas abertas, piscinas, quadras de tênis, cancha de bocha, playgrounds, brinquedotecas, salas de ginástica e salão de jogos. Esses espaços buscam oferecer diversas atividades para saúde, bem-estar, lazer e recreação, e estão distribuídos em todas as regiões da cidade.
Segundo Abdulbaset Jarour, refugiado sírio e coordenador da Copa dos Refugiados, a iniciativa é muito importante por diminuir a burocracia para o acesso aos clubes, uma das principais dificuldades que eles encontram para se adaptar ao novo país. "O esporte é uma linguagem universal e uma maneira muito boa de nos integrarmos na sociedade", afirmou.