Encontro aborda o tema do alcoolismo entre as mulheres

 

O alcoolismo deixou de ser um problema quase que exclusivamente masculino para afetar cada vez mais as mulheres, com índices de incidência que aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Com esse alerta, teve início nessa sexta-feira, 4, a 3ª edição da Colcha de Retalhos Brasil, grupo específico da instituição dos Alcoólicos Anônimos. O encontro prossegue até 6 de maio no auditório da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, em São Paulo, e reúne profissionais e especialistas em alcoolismo e dependência química.
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania participou da cerimônia de abertura. O evento aborda diferentes aspectos do problema como alcoolismo e maternidade, alcoolismo e sexualidade e vulnerabilidade física, mental e emocional da mulher alcoólica.
A secretária municipal Eloisa Arruda fez uma alerta sobre o problema da gravidez precoce de adolescentes em decorrência do consumo abusivo de álcool e de outras drogas. “Meninas com idade entre 10 e 14 anos estão engravidando nos bailes funks e muitas vezes elas nem sabem quem são os pais”, disse a secretária, que tem alertado para a questão em diferentes fóruns.
O álcool e as drogas também estão associados a delitos envolvendo menores de idade. Segundo o secretário da Justiça e Cidadania do Estado, Márcio Elias Costa, 94% dos garotos e garotas que cumprem medidas sócio-educativas na Fundação Casa estão lá por problemas decorrentes de roubos de pequenas mercadorias, para financiar o consumo de drogas lícitas e ilícitas.
Intervieram ainda no encontro o presidente dos Alcoólicos Anônimos e do programa Colcha de Retalhos, Oscar Cox; o diretor do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), Marcelo Ribeiro de Araujo; e o diretor do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Murilo Campos Battisti.
Colcha de Retalhos
São cada vez mais freqüentes as reuniões de grupos organizados no Brasil pela Irmandade de Alcoólicos Anônimos e compostos exclusivamente por mulheres. Em um desses encontros (realizado em 2012, na cidade de São Paulo) um grupo de mulheres decidiu tecer uma colcha, enquanto discutiam os seus problemas – cada pequeno pedaço de pano representava uma mulher, que simbolicamente deixava de ser um trapo para se transformar em retalho de linho puro. Atualmente, existem 33 núcleos, vinculados aos grupos de Alcoólicos Anônimos, compostos por mulheres alcoólicas em recuperação.