5ª edição da Caravana Juventude Viva chega a São Miguel

O serviço de atendimento psicossocial e orientações jurídicas promovido pelo balcão de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) foi à São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo. Entre 9h e 17h da última quinta-feira (20), os serviços ficaram disponíveis para atender as demandas dos jovens da região no Galpão de Cultura e Cidadania, gerido pela Fundação Tide Setubal. Mais de 100 pessoas participaram e cerca de 25 atendimentos específicos foram realizados.

A Caravana, idealizada a partir da percepção de que os jovens não se deslocavam até a SMDHC, tem como objetivo levar os serviços até eles e é parte do Plano Juventude Viva em São Paulo. Apesar do foco na juventude, qualquer um que precise de orientação é atendido. Já foram realizadas edições no Grajaú, Brasilândia, São Mateus, Parelheiros e agora São Miguel. A iniciativa é fruto da parceria entre o Balcão de Direitos Humanos, a Coordenação de Políticas para Juventude da SMDHC e a Secretaria Municipal de Promoção a Igualdade Racial (SMPIR).


Jovens participam da roda de conversa com a secretária-adjunta da SMDHC, Djamila Ribeiro


“Eles vêm em busca de coisas básicas como orientações sobre sexualidade, conflitos familiares e denúncias jurídicas.”, explica Jean Bispo, coordenador do Balcão de Direitos Humanos. “A Caravana vem falando a linguagem dos jovens, acompanhando a realidade local!”, elogiou Edite, do CTA de São Miguel.

“A construção da Caravana é feita a partir de cada território. O articulador de juventude do território faz uma reunião com os serviços, equipamentos, ONGs e líderes de bairro da região para levantar as demandas específicas e escolher o local mais adequado para a realização.”, conta Jean. Dentre os serviços oferecidos estava também a Unidade Móvel de Cidadania LGBT Zona Leste, que atende as questões referentes à sexualidade da população local, incluindo testes de HIV gratuitos.

Além dos serviços de atendimento, a Caravana promoveu também uma roda de conversa com tema levantado pelos jovens do território. Em São Miguel a demanda foi por uma discussão sobre a criminalização da cultura periférica: “Por isso trouxemos a Renata Prado, produtora cultural e pesquisadora focada no funk e nos sons da quebrada.”, conta Naiza, da SMPIR.

A roda também contou com a presença da secretária-adjunta da SMDHC, Djamila Ribeiro que ressaltou a importância do rap na sua formação e lembrou os jovens da força que a cultura periférica tem na construção e valorização do indivíduo.



Renata Prado explica toda a trajetória da cultura negra até os dias de hoje.

“Eu achei bem bacana! Foi a primeira vez que participei e gostaria que fizessem mais vezes!”, conta empolgado Calebi dos Santos, de 17 anos ao ser questionado sobre sua opinião em relação a atividade.

Mais três Caravanas estão programadas para esse semestre, a próxima será no dia 11 de novembro, novamente no Grajaú, e outras duas acontecerão na Cidade Tiradentes e Sapopemba.


Jovens pixaram o Galpão de Cultura e Cidadania com frase sobre respeito, racismo, feminismo e direitos LGBT.