Jovens negros são vítimas de chacina na zona sul de São Paulo

Os ataques aconteceram entre a madrugada de sexta-feira e a manhã de sábado

Da madrugada de sexta-feira, dia 6, até a tarde de domingo, dia 8, 14 pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas em episódios violentos na zona sul de São Paulo. Longe de serem casos isolados, essas mortes reproduzem práticas cotidianas nas regiões mais vulneráveis dos grandes centros urbanos que vitimizam, em especial, o povo negro e residente na periferia. Não se pode banalizar esses acontecimentos. A convivência constante com a insegurança, a violência e as fatalidades nas periferias são absolutamente intoleráveis.

Em respeito e solidariedade às vítimas e seus parentes, o secretário de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Suplicy, esteve no fim de semana no local em que ocorreram os crimes, reafirmando a necessidade urgente de medidas para conter a criminalidade, sobretudo na periferia.

No mesmo sentido, o secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Rogério Sottili, acredita que políticas públicas efetivas são a única solução para enfrentar a violência. “É preciso dar um basta à naturalização da violência e exigir a apuração dos assassinatos por parte das autoridades policiais, mas fundamentalmente é realizar programas estruturantes que mudem essa realidade, levando cultura, educação e lazer. Muitos jovens vão para o tráfico porque não têm escolha. A periferia em que vivem está abandonada”, disse Sottili.

A SMDHC vem construindo políticas públicas nesses territórios, empoderando a juventude negra da periferia, principalmente por meio do Plano Juventude Viva. O reconhecimento do papel do Estado e das polícias nos episódios é condição primária para que se possa mudar o cenário de brutalidade. Sem uma resposta articulada dos governos federal, estadual e municipal, os jovens continuarão morrendo.

Reafirmamos a importância de garantir que toda morte violenta seja investigada, o que inclui a aprovação do Projeto de Lei 4.471 que extingue a figura jurídica dos autos de resistência. O auto de resistência permite que o agente policial responsável pela morte de um civil possa se livrar de sua atitude registrando a morte como “resistência à prisão”.

A SMDHC lamenta profundamente o que aconteceu e se solidariza com as famílias das vítimas e com as comunidades do Jardim Fim de Semana, da Chácara Santana, do Jardim São Manoel e do Parque Figueira Grande, no distrito do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, cenários dos episódios.

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