Prefeitura instala o Fórum Permanente de Liberdade de Crença e Cultura

Ato deu início às comemorações pelo aniversário de 462 anos da cidade

No Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa, a Prefeitura de São Paulo instalou ontem (21), o Fórum Permanente de Liberdade de Crença e Cultura do Município de São Paulo, iniciativa originada por meio de uma portaria intersecretarial assinada pelos secretários Eduardo Suplicy, de Direitos Humanos e Cidadania, e Maurício Pestana, da Promoção da Igualdade Racial.

Na ocasião, o prefeito Fernando Haddad enfatizou que o Estado laico é uma conquista recente, e que a liberdade religiosa e de crença são vitais para o Estado Democrático de Direito. “Temos que zelar por isto. O Poder Público não pode admitir a intolerância e deve garantir a liberdade religiosa de forma atuante e vigilante, sem fingir que não está vendo o que acontece”, afirmou.
Haddad disse ainda ser preciso aprender com as experiências de conflitos existentes no exterior para que não ocorra o mesmo no Brasil, assim como não deixar prosperar aqueles que aqui já se manifestam. “A intolerância se alimenta dela mesma e não se sabe onde vai parar. É preciso atrair o intolerante para o nosso lado.”

O principal objetivo do Fórum é a promoção de políticas públicas que visem eliminar todas as formas de discriminação religiosa, assegurando condições de liberdade e de igualdade de direitos a todas as etnias, bem como sua plena participação nas atividades políticas e culturais da sociedade. Para isso, foi formado um grupo de trabalho com representantes das religiões católica, evangélica, judaica, mulçumana, hindu, africanas e afro-brasileiras, que se reunirá regularmente para discutir ações fomentadoras da cultura de paz.

Eduardo Suplicy ponderou que, felizmente, o Brasil não sofre os mesmos atos de terrorismos que são vistos em outros lugares do mundo. Segundo o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, a razão é a histórica convivência interreligiosa existente no país. “Na cidade dos mil povos, esse ato significa que não podemos ter qualquer tipo de discriminação à crença das pessoas, e inclusive dos ateus”, disse Suplicy.

Já o secretário de Promoção da Igualdade Racial, Maurício Pestana, lembrou que a cidade de São Paulo foi a primeira da América Latina a ter uma mesquita. “São Paulo é uma cidade de rica geografia étnica e cultural, e a preservação deste patrimônio requer ações preventivas. Não se vive cidadania plena sem respeito às diferenças”, destacou Pestana.

Representando o Comitê Interreligioso, Mãe Liliana considerou o ato “um momento de glória aos corações que lutam pela igualdade na fé e a liberdade daqueles que não professam religião alguma”. Ela lembrou que a demanda pela criação do Fórum Permanente de Liberdade de Crença e Cultura é uma luta de 15 anos junto ao Poder Público, hoje finalmente concretizado.

As comemorações continuam nos dias 22 e 23, na região central de São Paulo. Na sexta-feira (22/01), o Largo do Paissandu recebe outras performances artísticas religiosas. Já no sábado (23/01), também em homenagem ao Centenário do Samba, os espetáculos ficam por conta de grupos de rodas de samba, maracatu e samba de roda, no Viaduto do Chá, em frente à Prefeitura de São Paulo.