Café Literário debate políticas públicas para juventude de São Paulo

Durante encontro, secretário Eduardo Suplicy defendeu renda básica de cidadania e respondeu aos questionamentos da sociedade civil

O CEU Pêra Marmelo, na região do Jaraguá, realizou na quinta-feira, (27/8) o 1º Café Literário, espaço de debate sobre assuntos importantes na vida das populações mais carentes da cidade. O tema do primeiro ciclo de discussões foi ‘Violência Policial nas Periferias de São Paulo – Basta ao genocídio da juventude negra’ e contou com a presença do secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, além do coordenador de Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Claudio Aparecido da Silva, o Claudinho.

Durante o encontro, Suplicy voltou a defender a instituição de uma renda básica para todos os brasileiros. De sua autoria quando senador, a Lei n° 10.835 que institui a Renda Básica de Cidadania foi sancionada em janeiro de 2004 pelo ex-presidente Lula. “A Renda Básica tem que ser estabelecida por etapas, começando pelos mais necessitados, como faz o Bolsa Família, até que um dia se tornará um direito para todo e qualquer residente no Brasil.”, afirmou. Ao citar que fez uma visita recente aos menores em conflito com a lei da Fundação Casa, o secretário ratificou a eficiência dos programas de distribuição de renda e salientou que todo cidadão “tem o direito de usufruir das questões básicas de sobrevivência”, fazendo alusão às áreas de alimentação, educação, moradia, saúde e segurança.

Quando o debate fez referência à redução da maioridade penal, o coordenador de Juventude, Claudinho, disse que reduzir não é o melhor caminho. “A juventude não está violentando ninguém e sim sendo violada”, destacou. Segundo ele, o cenário ideal é o de “escolas mais identificadas com os jovens e que proporcionem a eles condições de vida e lazer”. Claudinho também se posicionou a favor da desmilitarização da polícia e classificou os últimos acontecimentos nas regiões de Barueri e Osasco como “ações seletivas voltadas aos povos pretos, pobres e periféricos”.

Já para Mauricio Canuto, gestor do CEU Pêra Marmelo e coordenador do Centro de Educação em Direitos Humanos da região noroeste, a prioridade é instituir pólos permanentes de formação. “Estamos pautados numa perspectiva educadora que prioriza a função social da escola.”

Também estiveram presentes e compuseram a mesa de debates o diretor regional de educação das regiões de Jaraguá e Pirituba, Marcos Manoel, o pesquisador José Douglas da Silva, além das conselheiras tutelares de Jaraguá, Jerusa dos Santos Lima e Monalisa Tassiana Gato.