Aula magna de Haddad inicia curso de Direitos Humanos e Democracia do Programa Transcidadania

Prefeito destaca papel das minorias no processo democrático e cobra respeito às liberdades individuais

Na tarde da última sexta-feira, 15, o prefeito Fernando Haddad realizou a primeira aula do curso de Direitos Humanos e Democracia para as 100 beneficiárias do Programa Transcidadania. Lançado no começo do ano, o programa visa oferecer condições de recuperação e oportunidades para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social, além de promover uma agenda de inclusão escolar e profissional.

De acordo com Symmy Larrat, coordenadora do Transcidadania, o programa assumiu um caráter inovador, permitindo ao cidadão travesti "agarrar novas chances que antes não tinham”. Para Vanessa Lima, umas das contempladas, a mudança de vida foi radical. “Não estudava há mais de trinta anos, mas esse projeto resgatou o respeito que faltava a todas nós”, disse.

Durante a aula, que aconteceu no salão oval da Biblioteca Mário de Andrade, o prefeito destacou a importância das minorias dentro do processo democrático, afirmando que o papel do Estado é “preservar os direitos e as liberdades das camadas mais pobres”. Haddad também defendeu um “diálogo permanente” com a sociedade e reafirmou o compromisso do governo municipal de respeito às autonomias individuais e aos direitos civis. “Se o poder é expressão da soberania popular, não podemos recortar direitos e excluir a comunidade do processo democrático”, salientou.

Além de abordar temas como o voto censitário e a importância do Estado Laico, Haddad declarou que é importante avançar na construção de políticas públicas para a população LGBT, ampliando a assistência e criando condições para que essa parcela da sociedade seja incluída de forma digna e tenha seus direitos fundamentais atendidos. “Um Estado que representa apenas uma parte da população não funciona”, observou. “Se esses direitos não são respeitados nós ainda temos um Estado democrático a construir”, completou.

Para o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, o processo de inclusão se dará por completo quando todos tiverem acesso a uma renda básica. Na opinião de Suplicy, a ampliação da distribuição de renda “aumentará o grau de escolha de cada pessoa para fazer aquilo que seja da sua própria vocação, sem precisar ofender sua dignidade e não colocar em risco sua vida”.

Da esq. para dir: Alessandro Melchior, Rogério Sottili, Fernando Haddad e Eduardo Suplicy

Ao término das vinte e cinco aulas, previsto para agosto, as beneficiárias farão parte de uma segunda etapa, composta por acompanhamento pedagógico e psicológico, além de instruções sobre educação financeira. Também estiveram presentes na aula inaugural o secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, e o coordenador de Políticas para LGBT, Alessandro Melchior.