Parceria com o Instituto Paulo Freire visa formação de 150 conselheiros de Direitos Humanos

O plano integra as estratégias da atual gestão da Prefeitura para ampliar e qualificar as formas de participação social

Nesta terça-feira (14), o Edifício Martinelli, localizado no centro de São Paulo, recebeu o evento de lançamento da parceria entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e o Instituto Paulo Freire. O convênio se estende até dezembro de 2015 e prevê a formação de conselheiros municipais e a produção de 20 publicações, englobando cadernos temáticos sobre Direitos Humanos e materiais sobre os conselhos e comitês que atuam nesta área. 

Da esq. para dir.: Rogério Sottili, Moacir Gadotti, Eduardo Suplicy e Maria José Scardua

Iniciativa da SMDHC, a Formação de Conselheiros em Direitos Humanos e Participação Social contará com a coordenação pedagógica do Instituto Paulo Freire. O objetivo da formação é aprofundar os programas nacionais e municipais de promoção dos direitos humanos, além de debater as teorias e práticas que envolvem os conceitos de participação social, participação popular e educação popular. O curso é voltado para representantes dos Órgãos Colegiados (conselhos, comitês, comissões) vinculados à SMDHC. A primeira turma começou os estudos no dia do evento. Clique aqui para acessar os conteúdos e o calendário da formação.

Estiveram presentes no lançamento o presidente de honra do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, o secretário-adjunto Rogério Sottili e a coordenadora-adjunta da Política Municipal de Participação Social, Maria José Scardua.

O evento teve início com a intervenção de Paulo Roberto Padilha, diretor pedagógico do Instituto Paulo Freire, que apresentou canções de autoria própria ao som de seu violão. No telão, uma homenagem ao escritor Eduardo Galeano, falecido na segunda-feira (13).

Paulo Roberto Padilha abriu o evento cantando músicas de sua autoria

Na sequência, Maria José Scardua fez uma breve apresentação do cronograma da formação e lembrou que a ideia do curso partiu dos próprios conselheiros. Scardua passou o microfone para as mãos para o presidente do Instituto Paulo Freire, que fez um discurso cercado de paráfrases do mestre. “Temos que partir da necessidade deles, do que as pessoas vêm buscar, e não a partir de métodos”, disse Moacir Gadotti. “Paulo Freire dava a liberdade para as pessoas mostrarem o que gostariam de aprender”. E prosseguiu: “A educação em direitos humanos não é neutra – e nem poderia ser! [Ela] parte de uma militância para construir uma sociedade justa, igual, e não para continuarmos vivendo em uma sociedade desassociada.”

O secretário-adjunto Rogério Sottili manteve o mesmo tom. “E quando se expressa a cidadania? É quando vamos à rua disputar os espaços públicos e dizer que não devem ser privatizados. É lutando contra as praças gradeadas e sem bancos, concepções do tempo da ditadura”, afirmou. “Cultura de direitos humanos se constrói”. Sottili também elogiou, com entusiasmo, a parceria com o Instituto Paulo Freire. “Ao fazer o curso, estamos atingindo duas grandes metas: qualificar nossas políticas, mas, acima de tudo, construir uma democracia participativa.”

Na mesma linha, o secretário Eduardo Suplicy reforçou a grandiosidade da parceria com o Instituto para o projeto de formação e encerrou o evento retomando um conceito freiriano: “É preciso que o processo de educação não faça com que o oprimido tenha o sonho de se tornar opressor, mas tenha um caminho alternativo.”