Prefeitura inaugura o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos da ditadura

Reivindicação antiga dos familiares das vítimas, ato histórico marcou o primeiro dia do Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas 2014

Cinquenta anos após o golpe de 1964 e quase 30 anos depois da redemocratização, a cidade de São Paulo inaugurou nesta segunda-feira (8) o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos da ditadura. Situada em frente ao portão 10 do Parque Ibirapuera, a obra do artista plástico Ricardo Othake se insere no primeiro dia do Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas 2014, que promove uma série de atividades na cidade até o próximo domingo (14), quando haverá um grande show de encerramento na área externa do Auditório Ibirapuera.

A obra de seis metros de altura por doze de comprimento traz os nomes de todos os mortos e desaparecidos políticos do período da ditadura civil-miliar de que se tem conhecimento até o presente. A instalação do monumento em um dos principais cartões postais da cidade, o Parque Ibirapuera, vai ao encontro de uma antiga demanda dos familiares de mortos e desaparecidos políticos e militantes do tema de sinalizar os sítios de memória que registram a história da resistência.

Presente no evento, o prefeito Fernando Haddad enfatizou a importância do local para instalação da obra em homenagem aos resistentes. “Acho muito importante que no parque mais visitado da cidade tenhamos um monumento que nos lembre aqueles que lutaram pela liberdade e pela democracia. Acho que é o primeiro monumento do gênero no país, com os nomes de todos os mortos e desaparecidos até para fazer justiça ao sentimento dos brasileiros”, afirmou Haddad. “É fundamental que essa chama de liberdade seja acesa permanentemente para que nos lembremos do que são as trevas e afastá-las definitivamente das possibilidades históricas do Brasil. O país não merece outra ditadura”, disse o prefeito.

O monumento celebra e encerra o ciclo de atividades formuladas e promovidas pela Secretaria Muncipal de Direitos Humanos e Cidadania no ano do cinquentenário. Para Rogério Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo a obra é uma forma de reparação simbólica.  “Com tantos logradouros e equipamentos públicos que ainda nos remetem a anti-heróis da ditadura, fica latente que nossa cidade carece de marcos que valorizem as vidas desses militantes, duas trajetórias e suas memórias”, afirmou.

 

O prefeito Fernando Haddad, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, e o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, descerraram o pano que cobria as cinco placas brancas, inaugurando oficialmente o monumento.

 

Em torno de 200 mil pessoas visitam o Parque Ibirapuera nos finais de semana e poderão, agora, contemplar a obra que lista os 436 nomes dos mortos e desaparecidos de que se conhecimento até o momento.

 

Grafados em baixo relevo, familiares das vítimas podem decalcar o nomes dos seus entes queridos, como lembrança da homenagem.

 

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, o prefeito Fernando Haddad e a ministra Ideli Salvatti destacaram em seus discursos a importância do monumento como valorização daqueles que deram a vida pela democracia.


Cerca de 300 pessoas compareceram ao histórico ato de inauguração do monumento, com grande presença de familiares de mortos e desaparecidos e militantes dos direitos humanos.