Human Right Watch e SMDHC discutem formas de colaboração em ações de combate à homofobia

A diretora no Brasil da Human Right Watch, Maria Laura Canineu, e o diretor da Divisão das Américas, Daniel Wilkinson, foram recebidos nesta terça-feira, dia 16, pelo secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Rogério Sottili, e pelo coordenador de Políticas para LGBT, Alessandro Melchior. A Human Right Watch é uma organização internacional dedicada à proteção e defesa dos direitos humanos, trabalhando com vítimas e com a sociedade civil ao redor do mundo para prevenir a discriminação e outras violências contra as populações vulneráveis.

A organização está iniciando o desenvolvimento de uma pesquisa a respeito de casos de violência e discriminação contra a população LGBT e solicitou a audiência para troca de experiências e informações. “Nosso projeto ainda é inicial, viemos para conversar sobre o que está acontecendo e solicitar apoio pra identificar casos, analisar, falar com vítimas e testemunhas”, disse Daniel Wilkinson. Sottili se prontificou a colaborar e estreitar a parceria “na construção de relatórios e ações de combate à homofobia”.

“O cenário da violência é muito gritante”, reforçou Alessandro Melchior, alertando, porém, que a estrutura institucional da prefeitura para o recebimento de denúncias ainda é reduzida, o que faz com que os números sejam pequenos perto da demanda. Os dados do Centro de Combate à Homofobia (CCH), órgão ligado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), mostram que houve 264 atendimentos em 2012, 165 em 2013, e 187 atendimentos de janeiro a junho de 2014.

Entre os travestis e transexuais atendidos pelo CCH em 2014, 46% já sofreram violência física por sua identidade de gênero. No primeiro semestre de 2014, o CCH registrou quatro casos de violência contra a população LGBT. Apenas na última semana, uma travesti de 23 anos foi jogada de um caminhão e atropelada após ser agredida e três jovens gays foram esfaqueados no Terminal Jabaquara, sendo que um deles faleceu.

Segundo os dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), ocorreram 817 violações de casos de discriminação e homofobia no Estado de São Paulo em 2012, com aumento de 100% em relação a 2011.