São Paulo recebe Mundial Futebol de Rua

Até o dia 12, mais de 300 jovens de 20 países estarão na Cidade para a prática da modalidade. Torneio aborda temas como violência, discriminação e exclusão social de uma forma sociopedagógica

A cidade de São Paulo recebe até o dia 12 o Mundial Futebol de Rua, evento que reúne 300 jovens de 20 países de todos os continentes. Criada para acompanhar processos de aprendizagem e inclusão social voltada para adolescentes e jovens, a iniciativa é realizada pela Fundación Fútbol para el Desarollo (FUDE), da Argentina, em parceria com a Ação Educativa, e promovida pelo Movimiento de Fútbol Callejero. Para a sua organização em São Paulo, o Mundial conta com o apoio da Prefeitura, por meio das secretarias municipais de Esportes, Educação, Direitos Humanos e Cidadania, Cultura e Saúde. Em meio à prática da modalidade, o torneio aborda temas como violência, discriminação e exclusão social, de forma sociopedagógica.

Durante a abertura do evento, realizada na noite desta quinta-feira, dia 3, no Museu do Futebol, zona oeste, o prefeito Fernando Haddad falou sobre a importância da prática da modalidade: "Nós estamos honrados de termos sidos escolhidos para sediar o Mundial Futebol de Rua. Para quem ainda tem a lembrança de quando se jogou futebol nas ruas de São Paulo, acho que não deixa de ser um privilégio poder colocar a Prefeitura à disposição dos organizadores e receber outras 20 delegações, que vão poder participar do campeonato usando os nossos CEUs, usando os nossos equipamentos para a promoção de mais uma confraternização entre os povos. Muitos que estão aqui hoje não teriam vindo se não fosse essa oportunidade, então, agradeço aos patrocinadores por terem proporcionado uma festa tão bonita para São Paulo", afirmou.

Participam do Mundial delegações da África do Sul, Alemanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Catalunha, Estados Unidos, Filipinas, Gana, Guatemala, Israel, Panamá, Paraguai, Peru, Serra Leoa e Uruguai.

As partidas serão disputadas por equipes mistas (de homens e mulheres) em duas arenas, localizadas no Largo da Batata (zona oeste) e na Avenida Ipiranga (região central). Sete CEUs, localizados nos bairros de Heliópolis, Campo Limpo, Paraisópolis, Jaguaré, Butantã, Jardim Paulista e Tiquatira, vão hospedar 24 delegações.

"O futebol pode ser utilizado para muitas intenções, como recreação, como negócio, mas também pode ser utilizado como filantropia. A ideia do futebol de rua, na forma como está sendo jogado, é vincular a prática do futebol com direitos e valores, pensando que a gente pode fazer do futebol também um espaço de dimensão política, pensando na inclusão social e no futuro dos países de todas as pessoas que estão envolvidas", disse o presidente do Comitê Organizador do Mundial de Futebol de Rua Brasil 2014, Sergio Haddad.

A iniciativa foi idealizada pelo ex-jogador de futebol argentino Fabian Ferraro, que busca no futebol uma estratégia para recuperar valores humanistas e impulsionar o desenvolvimento de lideranças, gerando processos comunitários solidários de transformação. "O prefeito Fernando Haddad nos abriu as portas para conseguirmos mostrar esse trabalho ao Brasil", afirmou Ferraro, que ainda coordena o Movimiento Fútbol Callejero.

Também estiveram presentes na abertura a vice-prefeita e coordenadora da SPCopa, Nádia Campeão, além dos secretários municipais Luciana Temer (Assistência Social), Rogério Sottili (Direitos Humanos e Cidadania) e Leonardo Barchini (Relações Internacionais e Federativas).

Metodologia

No futebol de rua, as regras são definidas coletivamente entre as duas equipes e ganha a partida quem mais respeitá-las. Nesta prática, não há juízes e sim mediadores, que atuam para facilitar os processos e não para defini-los. As regras são organizadas a partir de eixos como cooperação, solidariedade e participação.

Desta forma, um gol feito coletivamente pode valer mais que um gol de um único atleta. Jogado assim, o futebol se torna uma importante ferramenta para mediação de conflitos, formação de lideranças, desenvolvimento de grupos, coletivos e organizações de base comunitária.

“Nós mediadores vamos procurar ajudar dentro e fora do jogo, desde a formação dos times e até oferecendo apoio psicológico quando precisarem, pois muitos participantes estão saindo de suas casas pela primeira vez”, disse o mediador Renner da Silva, do Movimento Nacional da População de Rua.

Para saber mais, acesse: http://www.mundialfutebolderua.org/

 

Fonte: SECOM

Fotos: Heloisa Ballarini/SECOM