Aprovado monumento em homenagem a mortos e desaparecidos políticos da ditadura civil-militar

Projeto da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania que propõe a instalação da obra, assinada por Ricardo Ohtake, em área externa do Parque Ibirapuera recebeu o aval do CONDEPHAAT

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) aprovou nesta segunda-feira, dia 30, o projeto da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) que propõe a construção de monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos da ditadura civil-militar em área externa do Parque Ibirapuera.

O projeto, conduzido pela Coordenação de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC, já havia sido aprovado pelos demais conselhos que deliberam sobre obras junto ao Parque, que é tombado como patrimônio histórico, entre os quais o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico da Secretaria Municipal de Cultura (CONPRESP) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Também contou com a anuência do Comitê de Preservação da Paisagem Urbana (CPPU) e tem o apoio da Subprefeitura de Vila Mariana.

A obra é formada por chapas brancas e uniformes com os nomes dos mortos e desaparecidos políticos de 1964 a 1985 de todo o Brasil e por chapas disformes que representam as diferentes trajetórias desses resistentes. O desenho do projeto é do artista e arquiteto Ricardo Ohtake, autor do primeiro monumento a lançar luz sobre o tema, instalado no Cemitério Dom Bosco, em Perus, onde foi encontrada a vala clandestina com mais de mil ossadas de desaparecidos políticos, em 1990.

A iniciativa faz parte da política de promoção dos direitos humanos e busca estabelecer marcos de memória na Cidade que simbolizem a luta pela democracia, indo ao encontro de uma demanda histórica dos familiares de mortos e desaparecidos políticos e militantes do tema.

"Instalar este monumento num local que é um cartão-postal de São Paulo coloca a luta contra o estado de anomalia que assolou o País por 20 anos no centro das reflexões de todos os que por ali passam", afirma o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, que acompanhou a audiência do CONDEPHAAT na segunda-feira.

A inauguração do monumento está prevista ainda para 2014, ano do 50° aniversário do golpe de Estado civil-militar, durante o Festival de Direitos Humanos.