“Mulheres no Ministério Público” é tema de seminário no MP

 Secretária Eloisa Arruda divide com o público sua experiência profissional e pessoal


Com transmissão ao vivo pelo Facebook e auditório lotado, a atuação das mulheres do Ministério Público foi tema de seminário promovido pela Escola Superior do Ministério Público (ESMP), Associação Paulista do Ministério Público (APMP) e APMP Mulher na última sexta-feira (18) na ESMP.

O evento contou com a participação de profissionais experientes e abordou a realidade de uma promotora de justiça em início de carreira, o concurso e sua porta de entrada. Também foram discutidos temas como atuação na segunda instância, participação institucional e atualização especializada. Ainda foi proposta uma reflexão sobre o MP ainda ser ou não uma instituição machista e sexista, dada a proporcionalidade de homens e mulheres em cargos de chefia.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, que também é procuradora de Justiça aposentada, trouxe para a mesa não somente sua visão técnica sobre o tema, mas também sua experiência profissional e pessoal. Eloisa ingressou no MP na década de 80, aos 23 anos, em um dos concursos que mais aprovaram mulheres na história do Ministério Público paulista. Ela lembrou de como conciliava a maternidade recente e a gravidez do segundo filho com o trabalho e suas vitórias profissionais, mas também recordou preconceitos sofridos – inclusive por parte de outras mulheres.

Eloisa Arruda enfatizou que todas as conquistas vêm do reconhecimento do seu trabalho. Disse ainda que em todas as vezes que foi nomeada para cargos públicos não fez parte de nenhuma campanha partidária ou política. “Como me tornei secretária estadual da Justiça e depois municipal de Direitos Humanos e Cidadania? Reconhecimento pelo trabalho. Eles escolheram uma promotora de justiça que encara desafios, com capacidade de fazer gestão e que pode produzir bons resultados em sua área de atuação”.

“É uma capacidade que todas vocês têm. E mais: não recusem desafios, dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Para as novas promotoras, não tenham medo, porque podemos conciliar tudo: ser mãe, profissional e mulher. Vamos tocando tudo ao mesmo tempo”, aconselhou Eloisa. “O exemplo vem daquela mulher que sabe trabalhar, honrada, que faz tudo com alegria e entusiasmo e que também chora de vez em quando, muitas vezes consolada pelos filhos”.

A coordenadora de Políticas para Mulheres da SMDHC, Gislaine Caresia esteve presente no evento.

Proporcionalidade ainda é desigual

Procuradores e promotores do Ministério Público no Brasil ainda são compostos em sua maioria por homens, segundo pesquisa realizada em 2016 pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, por professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a colaboração do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Procuradoras e promotoras representam 30% do total de funcionários.