Seminário Sexualidades: Novos olhares, novas perspectivas

No Dia Internacional contra a Homofobia, 17 de maio, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres realizou um seminário sobre diversidade sexual (transexualidades, homo e bissexualidades), sexualidade na perspectiva feminista, violência sexual, sexualidade em educação, entre outros, para estudantes e profissionais da saúde, educação, assistência e desenvolvimento social do município de São Paulo. Um dia todo de muito debate, conversa e reflexão. Confira!

Sexualidade, educação e saúde foram os temas da primeira mesa do seminário, coordenada por Lúcia Udemezue, assessora de Ações Temáticas da SMPM. 

"A construção de modelo de sexualidade baseada em normas patriarcais - homem ativo e viril e mulher passiva e recatada - justifica práticas sexuais impositivas e violentas", afirmou a psicóloga Nalu Faria, coordenadora da SempreViva Organização Feminista (SOF), que destacou as sexualidades na perspectiva feminista. 

Sylvia Cavasin, socióloga, pesquisadora e coordenadora de Projetos da ECOS – Comunicação em Sexualidade, falou sobre a importância da educação em sexualidade e o papel da escola e dos profissionais de educação: "A educação em sexualidade dentro do contexto escolar não é institucionalizada, por isso as/os educadores não estão preparadas/os para responder as questões que afligem crianças e jovens".

Para Ana Lúcia Cavalcanti,  dra. em medicina com formação em sexualidade pela USP e assessora de saúde de Ações Temáticas/SMPM, "a sexualidade é complexa, pois envolve representações socialmente construídas, atração erótica e práticas sexuais". "Nesse processo cultural e histórico, cada indivíduo dá atributos e significados próprios à sua sexualidade."

Outro assunto abordado foi impactos psicológicos da violência sexual pela psicóloga clínica Ana Maria Zampieiri, especialista em psicodrama, pós-graduada em Terapia de Casais e Família e em Terapia Sexual pela PUC/SP.

Olhares sobre a diversidade sexual - transexualidades, homo e bissexualidades foi o tema debatido durante a tarde. "Quando um corpo vem ao mundo é depositado nele um destino de gênero; quem transgride a norma esperada passa a ser odiada/o. Assim nasce a transfobia", afirmou Magô Tonhon, mestranda do Programa de Estudos Culturais da USP; pesquisadora de gênero e sexualidade e criadora do canal Voz Trans*.

Também participaram dessa mesa o médico Gian Sppizziri, do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina FMUSP, e Rute Alonso, presidenta da União de Mulheres de São Paulo e coordenadora do curso das Promotoras Legais Populares, que abordou o amor entre mulheres: tabus e segredos. "O amor entre mulheres diz respeito ao direito de decidir sobre o seu próprio corpo e a quem direcionar o amor", disse Rute.

E para encerrar o dia, o público vivenciou uma experiência de sociodrama sobre sexualidade, realizada por Ronaldo Pamplona, psiquiatra pela USP, especialista em Psicodrama e Sexualidade Humana, Sexólogo pelo Instituto H. Elias/ SP,  e Carlos Borba, psicólogo, especialista em Psicodrama e Sexualidade Humana.