Ação solidária para imigrantes e refugiados em São Paulo marca fim de semana de encerramento do 5º Festival de Direitos Humanos

 

Uma experiência de carinho e acolhimento: foi com esse objetivo que 250 voluntários participaram do “E eu, onde fico ? – Ação Social do Islam”, na tarde do último sábado (16) no Vale do Anhangabaú. A iniciativa, realizada pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) em parceria com a Coordenação de Políticas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, foi parte do penúltimo dia do 5º Festival de Direitos Humanos. Imigrantes, refugiados e todo o público que passou pelo Vale tiveram à disposição 17 modalidades de serviço oferecidos gratuitamente, como cortes de cabelo, limpeza de pele, massagem, exame médicos diversos (colesterol, hepatite, de vista e odontológica), orientação jurídica e de documentações. Além destas ações, destacou-se também a inclusão dos refugiados e migrantes no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Fizemos um esforço para que essas pessoas pudessem vir até aqui, oferecendo transporte de ônibus. Além de serviços de saúde e de lazer para as crianças, oferecemos também serviços específicos que sabemos que são essenciais para a população imigrante”, disse Andrea Zamur, coordenadora de Políticas para Migrantes da SMDHC.

De acordo com o vice-presidente da FAMBRAS, Ali Hussein el Zoghbi, promover uma ação social direcionada aos imigrantes refugiados, é, sobretudo, um ato de cidadania. “Analiso a questão dos refugiados no Brasil com uma visão humanitária. Na FAMBRAS, grande parte dos colaboradores são refugiados. Eles me mostram, a cada dia, o que já se sabe e é comprovado historicamente: grupos estrangeiros que vieram para o Brasil, após as duas guerras mundiais, deram colaborações inquestionáveis para o desenvolvimento deste país”, ilustra. “A comunidade muçulmana tem muito orgulho de promover ações sociais como esta. Presenciar a participação de pessoas de todas as religiões, trabalhando lado a lado, sem discriminação, é algo realmente maravilhoso. Este não é um evento em que pregamos nossa religião, mas, sim, um momento em que primamos pela realização de ações de cidadania, cultura e lazer. O Islam é uma religião de paz, compaixão pelo próximo e é isso o que viemos mostrar e realizar”, finaliza.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, compartilha a mesma opinião – e, ao visitar cada uma das barracas de serviços disponíveis no Vale do Anhangabaú, ela parabenizou e agradeceu a disposição dos voluntários. “O que vemos aqui, hoje, são verdadeiros atos de cidadania. De um lado, temos pessoas que se preocupam com o outro e doam livremente parte de seu tempo para oferecer um pouco mais de qualidade de vida aos refugiados e imigrantes que vivem em nossa cidade. Do outro lado, encontramos o cidadão que vem de outro país em busca apenas de uma oportunidade de conviver em paz e com dignidade com sua família, e que recebe este tipo de acolhida. Esta é a essência de São Paulo, uma cidade e um estado construídos por migrantes. Queremos que eles realmente se sintam em casa e transformem aqui no seu lar”, concluiu.

 

5º Festival de Direitos Humanos

Após uma semana de muitas atividades espalhadas por toda a cidade, o 5º Festival de Direitos Humanos terminou no domingo, 18 de dezembro, no Vale do Anhangabaú. Um futebol com a população em situação de rua participando da disputa e shows diversos animaram o público durante todo o dia, encerrando com sucesso a edição 2017.

O Festival de Direitos Humanos é uma atividade realizada anualmente pela Coordenação de Promoção do Direito à Cidade e Educação em Direitos Humanos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). O objetivo é trazer o debate sobre direitos humanos para as ruas e espaços públicos da cidade, promovendo o diálogo, vivência e exercício do respeito à diversidade e cidadania. As atividades realizadas envolvem arte, cultura, intervenções urbanas, palestras, debates, exames médicos, orientação e outras formas de apresentar os temas trabalhados pela SMDHC à população de São Paulo, buscando a inclusão de todas as pessoas.

A edição 2017 contou ainda com o apoio e participação das Prefeituras Regionais, das Fábricas de Cultura (programa do Governo do Estado de São Paulo), da Casa de Cultura de Santo Amaro, do Coopermusp Capão Redondo e das 46 unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEUs).

Foram mais de 50 atividades diferentes, passando por shows, exibições de filmes e documentários, apresentações de coral, rodas de conversa, debates, exames oftalmológicos, oficina de grafite, contação de histórias, apresentações de dança, teatro – tudo oferecido gratuitamente à população.