Secretaria e OIM promovem curso para profissionais de Saúde contra o tráfico de pessoas

 Evento prepara profissionais para identificação de situações de violência contra migrantes

Teve início nesta quinta-feira (13) o Curso de Capacitação em Matéria de Assistência às Vítimas de Tráfico de Pessoas para Profissionais de Saúde promovido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Paraguai, Brasil e Argentina. O evento acontece no auditório oferecido pela Subprefeitura da Sé.

Serão dois dias de capacitação para profissionais de saúde com objetivo de identificar migrantes que sejam vítimas de violência.

Participaram da abertura: a secretária municipal de Direitos Humanos, Eloisa Arruda; a representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM) Regional , Agueda Marin; o representante da OIM- Brasil, Guilherme Otero e o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak.

Desafio

A secretária Eloisa Arruda informou que o tráfico de pessoas é um problema que merece atenção especial. “Sabemos que brasileiros são traficados para fora do país, principalmente para a Europa, para fins de exploração sexual. Não diferente disso, pessoas são trazidas para o Brasil e se tornam vítimas do trabalho escravo”.

Eloisa Arruda reforçou a importância da capacitação dos profissionais de saúde. “Agradeço ao Secretário de Saúde, Wilson Polara, na parceria que firmamos com o objetivo de capacitarmos esses profissionais na identificação de situações de tráfico pois, eles serão os disseminadores dos conhecimentos adquiridos neste evento”.

A representante da OIM, Agueda Marin avalia: “No mundo estamos vendo números sem precedentes de fluxos migratórios. Também é a primeira vez, e isso não é casual, que temos simultaneamente tantas guerras.Essa situação, obviamente, produz uma migração massiva porque a maior parte destas pessoas foge dos problemas de violência e de pobreza, buscando melhores condições de vida”. A representante reforça a responsabilidade dos países para o recebimento de estrangeiros e que a migração é também fator de contribuição em diversas situações econômicas, como por exemplo, na Alemanha onde há taxa negativa de crescimento populacional. “O problema não é a questão migratória em si mas a disparidade que existe na distribuição econômica e no fator de produção”, completou.

O prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak abordou o desafio na questão da municipalidade: “É uma luta muito grande coibir esse tipo de abuso. Temos uma área (mencionando a Sé) que recebe muitos imigrantes, sempre sedutora para o empresário que queira se aproveitar desta situação e obter mão de obra mais barata, análoga à escravidão. Estamos muito atentos. Estabelecimentos envolvidos serão alvos de ações fiscalizatórias bastante rigorosas”. O prefeito regional ainda acrescentou: “Temos grande interesse em fazer ações conjuntas com a SMDHC para melhorar a qualidade de vida da população de toda essa região”.